Em tempo de eleições, não são só candidatos ao governo que prometem mundos e fundos de olho no voto de confiança dos brasileiros. O Galaxy Note 9, smartphone que a Samsung lançou hoje no Brasil, também apresenta uma lista interminável de promessas. Não de olho no seu voto, mas sim no seu dinheiro – e muito do seu dinheiro, diga-se.
O Olhar Digital teve a oportunidade de experimentar o produto no evento de lançamento. Nossas primeiras impressões são de que se trata de um celular capaz de fazer de tudo um pouco, e fazer bem. Desde que você tenha entre R$ 5.500 e R$ 6.500 para gastar num celular. Pode ser o melhor de todos, mas ainda é um celular.
A ficha técnica, por si só, já chama a atenção. O Galaxy Note 9 tem uma tela gigante (6,4 polegadas), mais memória que muito notebook por aí (até 8 GB de RAM com 512 GB de armazenamento), uma bateria de longa duração (4.000 mAh), uma caneta que também serve de controle remoto, e pode até ser ligado num monitor para fazer as vezes de um PC.
Já a câmera do smartphone tem foco rápido e zoom óptico de duas vezes, o que significa que você pode se aproximar mais do objeto sem estragar a resolução. O sensor duplo ainda tem abertura variável, que permite regular a entrada de luz para captar mais detalhes, recurso típico de câmeras profissionais.
No ambiente controlado pela Samsung onde tivemos acesso ao Note, porém, não deu para estressá-lo a ponto de sentir se ele esquenta (mesmo com o seu sistema de resfriamento) ou se apresenta algum travamento. Nem deu para conferir se a bateria teoricamente “gigante” é otimizada bem o bastante para aguentar todos os recursos do aparelho por muito tempo. Para isso, teremos que fazer uma análise mais longa e detalhada, que você verá aqui no site em breve.
Mas só segurar o smartphone na mão já dá uma sensação de se estar segurando mais do que um “simples” celular, mas uma máquina. O design é refinado, a tela tem curvas nas laterais, poucas bordas, cores vibrantes e muito brilho. Sem falar no vidro por toda parte, característica de produtos bem caros como este.
Tudo isso tem seu lado ruim, é claro. O celular é grande demais para ser usado com uma mão só e a ausência de bordas deixa o display bem desprotegido. Todo aquele vidro acumula marcas de dedo bem visíveis e deixa o Note 9 sensível a quedas – que vão acontecer, pode acreditar, devido ao seu tamanho exagerado.
É recomendável usar uma capinha no Note 9, o que vai deixá-lo invariavelmente ainda maior, mais desengonçado e difícil de manusear, além de ocultar parte da proeza estética do design. Mas é isso ou ter que limpar o vidro toda hora, além de correr o risco de vê-lo todo rachado quando cair no chão.
E ainda tem aquela caneta. A S Pen sempre foi um adendo meio desnecessário nos modelos anteriores da linha Note. Afinal, convenhamos, ninguém sente falta de escrever na tela do celular. A própria Samsung admite que mais de 70% dos consumidores que compraram um Note o fizeram pelo tamanho da tela e pela potência, não por causa da caneta.
A S Pen do Note 9, porém, é bem mais que uma caneta. Você pode usá-la como controle remoto graças à sua nova conexão Bluetooth. O pequeno botão na peça permite disparar fotos, pular slides em apresentações e pausar vídeos, entre outras tarefas, tudo sem ter que tocar no celuar. E o tempo de resposta é tão rápido quanto o de um toque na tela, pelo menos na distância em que testamos.
O lado negativo é que a nova S Pen vem com uma bateria interna. Segundo a Samsung, ela aguenta 30 minutos de uso, ou até 200 cliques. Para recarregar, é só colocar dentro do Note 9 e esperar 40 segundos para ela se recarregar de novo, o que vai consumir energia do próprio smartphone.
O Note 9 é um celular completo que não compromete em quase nada. Ele tem entrada dedicada para fones de ouvido, algo que muitos concorrentes têm abandonado; desbloqueio por reconhecimento facial, impressão digital e íris; proteção contra água e poeira com certificação IP68; e é até dual-chip (híbrido), com espaço para cartão microSD se você usar um SIM só.
Dizemos “quase nada” porque ele se compromete, sim, em um fator crucial: o preço. O modelo mais caro custa R$ 6.500, mais do que qualquer concorrente Android e apenas R$ 500 menos do que o iPhone X, da Apple. Este, por sua vez, não é tão completo quanto o novo produto da Samsung e apela para um público bem específico.
Para muitos, porém, essa “máquina” que é o Note 9 ainda é apenas um celular, feito para abrir o WhatsApp, Facebook, Instagram, alguns joguinhos e para tirar fotos com amigos. Há quem queira usá-lo para carregar arquivos e apresentações importantes para o trabalho. Mas o dispositivo ainda não substitui por completo um PC no ambiente corporativo.
Nas próximas semanas, vamos publicar uma análise completa e detalhada do aparelho destacando cada um dos prós e contras. Fique ligado no Olhar Digital para conferir nosso review. Mas, por enquanto, a impressão que fica é que o Galaxy Note 9 é o celular mais completo do momento. Ele só não é para qualquer um.