Após cinco dias de julgamento, a disputa entre Waymo, empresa-irmã do Google que desenvolve carros autônomos, e Uber, a companhia de transporte privado por aplicativo, chegou ao fim com um acordo envolvendo o pagamento de uma quantia milionária.

A Uber concordou em pagar à Waymo um valor que presenta 0,34% do seu capital total, avaliado em cerca de US$ 72 bilhões, o que equivale a quase US$ 244 milhões, ou mais de R$ 800 milhões em conversão direta do dólar para o real, informou o Ars Technica.

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O acordo põe fim (por enquanto) a uma guerra judicial que já durava quase um ano, quando a Waymo processou a Uber pelo suposto roubo de informações secretas a respeito da sua tecnologia de Lidar, uma espécie de “radar a base de luz”.

Este sistema é crucial no desenvolvimento de carros autônomos porque é usado para fazer com que esses veículos inteligentes “enxerguem” os obstáculos na pista. A Waymo desenvolve carros autônomos desde 2009, enquanto a Uber entrou na corrida em 2016.

No centro da disputa está um polêmico executivo chamado Anthony Levandowski. Ele trabalhou na Waymo e foi acusado de ter levado 14 mil arquivos secretos da empresa (quase 10 GB em dados) quando decidiu pedir demissão em janeiro de 2017.

Levandowski então fundou uma startup chamada Ottomotto com o objetivo de desenvolver carros autônomos, e que depois foi comprada pela Uber por US$ 680 milhões. A Waymo, então, acusou a Uber de ter se aproveitado dos arquivos roubados por Levandowski.

Em comunicado, a Waymo se disse satisfeita com o encerramento do caso. “Nós sempre acreditamos que a competição deve ser abastecida por inovações nos laboratórios e nas estradas”, disse a empresa. “Nos comprometemos a trabalhar com a Uber para garantir que cada empresa desenvolva sua própria tecnologia.”

Já a Uber também disse que está parcialmente de acordo com o fim do processo. “Embora não acreditemos que qualquer segredo da Waymo tenha chegado à Uber”, disse o CEO Dara Khosrowshahi, “nós vamos tomar atitudes com a Waymo para garantir que nosso Lidar e nosso software represente apenas o nosso bom trabalho”.