A Toshiba confirmou nesta quinta-feira, 28, a venda de parte de seus negócios para um consórcio liderado pela Bain Capital. O grupo, formado por gigantes como Apple, Dell, Seagate, Kingston e outros nomes, pagou US$ 18 bilhões pela linha de produção de chips da japonesa.
Rumores sobre o negócio vinham rondando o mercado há algum tempo. Na semana passada, a agência de notícias Bloomberg revelou que a Apple, sozinha, pagaria mais de US$ 3 bilhões pelo acordo, o que seria a maior aquisição da história da criadora do iPhone.
Os detalhes da compra, porém, não foram divulgados, de modo que ainda não se sabe quanto cada membro do consórcio pagou. A divisão de chips da Toshiba é a segunda maior fabricante de pentes de memória NAND do mundo. A compra é estratégica porque estimula a competição nesse mercado.
Anteriormente, a principal interessada em comprar a divisão de chips da Toshiba era a Western Digital, que, nos últimos anos, vem se tornando uma gigante do setor, adquirindo diversas empresas, como a SanDisk, Hitachi, Upthere e outras. O consórcio liderado pela Bain Capital tinha o objetivo de impedir que a Western Digital colocasse as mãos na fábrica da Toshiba e se tornasse um monopólio.
Fora a Western Digital, outra gigante do setor é a Samsung. Quando apenas duas grandes empresas controlam quase toda a produção de chips de memória do planeta, empresas como Apple e Dell ficam reféns dos preços estipulados pelas duas. Com mais diversidade no setor, mais competitivo o mercado fica, e, consequentemente, mais os preços tendem a cair.
Vale lembrar que a Apple já depende da Samsung no fornecimento de telas OLED para o iPhone X e na fabricação de diversos outros componentes internos dos seus produtos, incluindo processadores. Comprar a fábrica da Toshiba, portanto, seria uma forma de reduzir essa dependência.
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, a falta de consenso entre os oito membros do grupo trouxe alguns problemas para a negociação. A compra deveria ter sido fechada na semana passada, mas foi adiada porque a Apple queria novos termos em relação à operação de fornecimento dos chips.
Além disso, uma coletiva de imprensa marcada para anunciar a transação foi cancelada minutos antes de começar, justamente por desentendimentos entre os membros do consórcio.