Na terça-feira (1º), a administração do governo Trump anunciou medidas ‘em favor da segurança internacional dos Estados Unidos‘. O plano é coletar dados biométricos de todos aqueles que entram no país. Essas informações serão destinadas à agência responsável pelo controle de imigração (DHS), que recentemente levantou algumas dúvidas referentes ao controle da segurança e liberdade civil. 

Por meio de um comunicado oficial, o Departamento de Segurança Nacional afirmou que fará uma proposta formal para que a nova regulamentação comece a valer. Dentre os pedidos da corte, estão o aumento da autoridade e novos métodos de coleta de dados. 

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A Proteção de Fronteira, que é parte do órgão de Segurança Nacional, já realiza a coleta das impressões digitais, junto com o escaneamento da íris de pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos de forma não autorizada. A comissão americana também declarou que pretende utilizar o reconhecimento facial e de voz, com objetivo de verificar as identidades de quem adentra o país. As novas regras serão aplicadas a qualquer estrangeiro, não apenas imigrantes ilegais capturados.

ReproduçãoMilhões de pessoas tentam entrar em território americano anualmente. Créditos: Shutterstock.com

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Segundo o BuzzFeed, a proposta, que ainda não foi divulgada integralmente pela Segurança Nacional norte-americana, inclui uma cláusula que torna o cadastramento biométrico obrigatório para obter vistos ou até mesmo a cidadania americana.

“Essa expansão de segurança é algo memorável para os Estados Unidos da América, especialmente com a ideia de que imigrantes podem ser convocados em qualquer momento para ceder suas impressões digitais”, afirmou Sarah Pierce, analista do Instituto de Políticas de Migração.

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Para que as novas políticas sejam aplicadas, serão necessários alguns meses a partir da divulgação oficial. É provável que as medidas dividam opiniões e causem descontentamentos em parte dos cidadãos americanos que questionam a coleta massiva de dados. 

Exposição desnecessária de dados pessoais

No início desta semana, a Electronic Frontier Fondation, ONG que defende a liberdade civil no mundo digital, também publicou um comunicado oficial sobre as medidas propostas pelo governo. Segundo a organização, o cadastramento biométrico, ao contrário do que foi dito pela Segurança Nacional, não traz benefício algum e sim uma exposição desnecessária de dados pessoais, podendo ser utilizados a qualquer momento sem o consentimento do cadastrado. 

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“Com design mal feito, a identificação digital pode invadir nossas privacidades e acentuar ainda mais a desigualdade social nos Estados Unidos”, afirmou a ONG, em comunicado publicado em seu site oficial. 

A instituição também acredita que as pessoas já estão moldando, indiretamente, suas identidades virtuais desde que começaram a criar contas na internet. A ONG também afirmou que existem pessoas que estão pedindo a identificação 100% online, entretanto não haveria nenhum intermediário para realizar as verificações de veracidade, colocando em risco a vida e privacidade dos cidadãos. 

O governo, no entanto, não se posicionou em relação ao comunicado oficial da Electronic Frontier Foundation.

Fonte: AP News