Google perde a mente por trás da câmera do Pixel após fracasso comercial

Por anos, os smartphones da linha Pixel foram referência em câmera de celular, mas a equipe está passando por um momento de debandada
Renato Santino16/05/2020 01h06

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A linha de celulares Pixel, apesar de sempre receber críticas positivas, nunca foi um grande sucesso comercial. No entanto, com o Pixel 4, o Google sequer conseguiu as avaliações positivas, e isso está se refletindo agora. A empresa está vendo uma debandada da equipe responsável pelo desenvolvimento dos celulares.

Uma das perdas mais importantes é a do brasileiro Mario Queiroz, que gerenciava o setor, e Marc Levoy, que é descrito pelo site The Information, como a mente por trás das câmeras dos celulares Pixel. Por anos, o Google ocupou o topo do ranking das melhores câmeras de smartphone e, sem o executivo, esse foco pode se perder, fazendo desaparecer o principal diferencial da linha em relação à concorrência.

 A perda de nomes importantes tem a ver com o resultado fraco do Pixel 4, que sequer conseguiu alcançar os números de vendas do Pixel 3. Além disso, internamente os superiores já questionavam a qualidade do produto. Rick Osterloh, vice-presidente do Google que supervisiona a área de dispositivos da empresa, havia questionado a qualidade do smartphone antes do lançamento, apontando principalmente sua insatisfação com a bateria. Após a chegada do aparelho ao mercado, esse foi justamente seu principal ponto fraco.

Para piorar, as vendas fracas chegam em um momento ruim para o Google. A empresa notou uma queda brusca no valor da publicidade online, como resultado dos impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19. A companhia deve começar a cortar custos como consequência, e seu histórico mostra que produtos que não obtêm sucesso comercial podem, sim, ser eliminados sem cerimônia.

Por enquanto, no entanto, o Pixel continua firme. A empresa deve lançar o Pixel 4a no mês de junho que, julgando pelo histórico do 3a, deve trazer especificações mais modestas do que o4, mas com uma bateria mais duradoura e mantendo a câmera que é sucesso no top de linha. Se os resultados seguirem mal, não se sabe qual pode ser o caminho para a linha no futuro.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital