O doodle especial do Google nesta segunda-feira, 2, é uma homenagem ao britânico George Boole (1815-1864), nascido há exatos 200 anos. Séculos antes de Larry Page e Sergey Brin sonharem com o sistema de buscas que se tornaria o maior catálogo de links da internet, o Google, este matemático desenvolveu a fórmula que tornaria tudo isso possível.
Boole é autor da chamada Álgebra Booleana, um conceito de lógica usado desde o início da história da programação como forma de aplicar códigos binários à linguagem das máquinas. Os famosos 0 e 1 que compõem todos os dados que circulam pelo “cérebro” de um computador, assim como nas linhas mais básicas do código do Google, foram organizados pela primeira vez graças ao matemático.
Em outras palavras, Boole foi também o precursor do esquema TRUE e FALSE – usado na programação de basicamente qualquer software hoje em dia. Embora não tenha sido o “pai” do código binário, o matemático foi o primeiro a aplicar esse sistema de lógica a circuitos eletrônicos e é conhecido como um dos fundamentadores da Era da Informação.
O doodle desta segunda ilustra bem a lógica de programação introduzida pelas fórmulas de Boole. Cada letra do logo corresponde a um conjunto de dados e informações. Os caracteres que surgem dentro do segundo G – x e y – determinam a ação que os outros elementos do doodle terão de executar.
Por exemplo: se os dois círculos pretos não mostrarem nenhum caractere, então as letras L e E vão se acender, porque à elas estão delegadas as funções “NOT y” e “NOT x”. Já se ambos os caracteres aparecem ao mesmo tempo dentro dos círculos pretos, tanto x quanto y, então as letras G e o segundo O vão ficar coloridos, porque elas possuem as funções, respectivamente, “x AND y” e “x OR y”. Já o primeiro O só se acenderá quando apenas um dos caracteres, x ou y, for verdadeiro (TRUE), e nunca os dois ao mesmo tempo.
Pode parecer confuso para quem não está acostumado à lógica de programação, mas é com base nesse sistema de “verdadeiro ou falso” que o Google compreende os termos da sua pesquisa e traz todos os resultados correspondentes encontrados pela web. Por exemplo: se você digitar “Olhar Digital” na barra de pesquisa de qualquer site, não só do Google, o sistema entende que tanto os termos “Olhar” quanto “Digital” (função AND) precisam aparecer nos links indexados em seu banco de dados, e assim serem considerados verdadeiros (TRUE) e trazidos a você.
Também é assim que seus aplicativos entendem o que você quer que eles façam e seu celular responde aos seus comandos de voz. É por isso que, mesmo pouco conhecido do grande público, George Boole merece toda a atenção e respeito do Google e da comunidade de profissionais e usuários de tecnologias da informação.
Via Telegraph