Google explica por que não dá ‘personalidade’ ao Google Now

Renato Santino23/11/2015 19h19

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Siri e Cortana têm muito em comum: ambas são cheias de personalidade e capazes de realizar pedidos do usuário que tenham pouca utilidade prática, mas criam um vínculo pessoal, como contar piadas, cantar e dar respostas engraçadinhas para perguntas engraçadinhas. Do outro lado, há o Google Now: eficiente, mas distante, sisudo e sem personalidade. Por quê?

O Google nunca teve vergonha de colocar uma pitada de humor em seus produtos, com easter eggs aos montes e um dia inteiro de anúncios divertidos (e falsos) no 1º de abril. No entanto, quando o assunto é o Google Now, parece que a empresa é outra. Mas há um motivo.

Em entrevista à revista TIME, o executivo de buscas Amit Singhal explica que a visão da empresa para o Google Now não permite dar ao assistente algum tipo de personalidade. Ele explica que incluir humor neste tipo de software dá a entender que eles usam capacidades de inteligência artificial que ainda não existem. Isso acaba enganando os usuários.

“Eu não quero dizer que a personalidade [em inteligência artificial] não deve existir, mas a ciência para chegar lá ainda não existe totalmente”, ele explica.

Singhal também aproveitou para dar uma leve cutucada nos rivais que usam este humor artificial em seus serviços. “Você vê o que acontece na vida real. Isso é interessante por um ou dois dias e depois meio que… perde o charme, por assim dizer”, ele afirma. De fato, a longo prazo, as piadinhas da Siri e da Cortana acabam perdendo a graça.

Portanto, o foco do Google Now neste momento é outro, principalmente o processamento de linguagem natural, permitindo que os computadores e celulares consigam entender melhor quando o usuário fala ou digita frases longas e estruturadas, e não apenas palavras-chave. Quanto mais o assistente do Google conseguir compreender estas frases, melhor ele conseguirá oferecer respostas. Esse é o principal desafio do momento para o Google Now e o Now On Tap, o novo recurso do Android que escaneia a tela do celular para oferecer informações relevantes.

O Google Now já é o reflexo de um Google que tenta ir além da relevância no mundo dos desktops, expandindo as buscas para o mundo da mobilidade. Mas a empresa quer ir além: o próximo passo é embuti-lo em cada vez mais produtos do cotidiano, incluindo até mesmo geladeiras. As novas Android TVs também já contam com integração com o Google Now.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital