O controverso projeto Dragonfly, do Google, foi oficialmente arquivado. Em uma audiência no Senado nesta semana, o vice-presidente de políticas públicas do Google, Karan Bhatia, anunciou o encerramento dos trabalhos com a ferramenta censurada de busca para a China. Um porta-voz também confirmou que o Google não tem planos de lançá-lo e que o projeto não está em desenvolvimento.

A companhia tem evitado comentar sobre o Dragonfly desde que ele surgiu – na primavera de 2017, segundo documentos documentos obtidos pelo site de notícias investigativas The Intercept. Documentos vazados indicaram que o aplicativo de busca identificaria automaticamente os sites bloqueados pela chamada “Grande Muralha” chinesa e os removeria dos resultados de pesquisa. Isso incluiria informações sobre liberdade de expressão e oposição política, bem como quaisquer referências negativas a governos autoritários.

Apesar de confirmar a existência do projeto de codinome Dragonfly, o Google se recusou a dar maiores detalhes, além de dizer que seu desenvolvimento estava indo bem. Mesmo como projeto discreto, o Dragonfly enfrentou represália global conforme mais detalhes iam sendo divulgados pela mídia investigativa norte-americana. A Anistia Internacional organizou um protesto contra o projeto, e o Congresso dos Estados Unidos convocou o CEO do Google, Sundar Pichai, para um interrogatório.

Enquanto o episódio lança uma luz sobre as capacidades do Google para realizar atividades eticamente duvidosas, ele demonstra novamente que a empresa está disposta a responder ao feedback. No ano passado, depois que a gigante assinou um contrato enorme e controverso com o Pentágono, mais de 4 mil funcionários assinaram uma petição contra o negócio e uma dúzia de engenheiros deixou a empresa. Como resultado, o Google se comprometeu a não renovar o contrato. Não se sabe, porém, se o abandono do Dragonfly segue esta mesma linha.

Fonte: Engadget