O Google anunciou uma série de regras para o direcionamento de propaganda política. Em seu blog, na quarta-feira (20), a empresa garantiu que não vai mais permitir que campanhas eleitorais sejam segmentadas com base na afiliação política na Pesquisa, no YouTube e na web. A empresa também vai restringir a disseminação de fake news, começando pelo banimento de anúncios com deepfakes.

A gigante de buscas vai piorar ainda mais o cenário para anunciantes políticos ao remover o acesso à ferramenta Customer Match. A tecnologia permite que os publicitários combinem seus próprios dados, como listas de email, com o corpo de informações digitais do Google, para atingir o público com mais precisão.

As novas medidas podem frear as campanhas presidenciais nos Estados Unidos logo no momento em que elas começam a esquentar. O Google registrou pouco mais de US$ 127 milhões em receita com anúncios políticos nos EUA desde junho de 2018, o que representa uma pequena fatia do seu total arrecadado. Ainda assim, a quantia é suficiente para que a empresa mantenha algumas “exceções à regra”.

Os anúncios eleitorais ainda poderão segmentar usuários com base na idade, sexo e local por código postal. De acordo com a empresa, a atualização das regras busca proibir “desinformação sobre o processo eleitoral e anúncios com alegações falsas que poderiam minar significativamente a participação ou a confiança em um processo eleitoral e democrático”. Organizações sem fins lucrativos que se registrarem como anunciantes políticos também serão afetadas pelas medidas.

Nos últimos meses, os debates sobre restrição de propaganda política nas redes sociais têm se intensificado. O Twitter resolveu caminhar na contramão do rival Facebook e proibiu uso de publicidade política na sua plataforma. A empresa de Mark Zuckerberg, por outro lado, adotou uma postura pretensiosamente isenta ao reafirmar que não é o seu papel se tornar árbitro da verdade, o que gerou uma repercussão bastante negativa pelo mundo.

Fonte: Los Angeles Times