Dois importantes nomes do mercado de tecnologia se pronunciaram sobre a briga entre FBI e Apple. Sundar Pichai, CEO do Google, e Jan Koum, criador e CEO do WhatsApp, colocaram-se ao lado da companhia de Tim Cook, que ontem divulgou uma carta afirmando que não criará uma ferramenta capaz de quebrar a criptografia do iPhone, como quer a Justiça americana.

“Eu sempre admirei Tim Cook pelo seu posicionamento sobre privacidade e [por causa] dos esforços da Apple para proteger os dados dos usuários e eu não poderia concordar mais com tudo o que foi dito na carta”, escreveu Koum em seu perfil do Facebook. “Hoje nossa liberdade está em jogo.”

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O WhatsApp já teve problemas grandes com a Justiça no Brasil. Em dezembro, uma ordem judicial forçou as operadoras de telefonia a bloquearem o acesso dos clientes ao aplicativo, fazendo com que o serviço fosse interrompido por mais de um dia. Na época, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, se disse “chocado” com a situação.

Pichai afirmou que a carta de Tim Cook é “importante”, porque “forçar companhias a permitir o hacking poderia comprometer a privacidade dos usuários”. O CEO do Google reconheceu que investigadores enfrentam desafios para proteger os cidadãos do crime, mas lembrou que as empresas de tecnologia constroem produtos para manter as informações a salvo e que, quando podem, ajudam a Justiça a acessar esses dados com base em ordens legais.

“Mas é uma coisa completamente diferente requisitar que as companhias permitam o hacking de dispositivos e dados dos consumidores. Isso poderia ser um precedente problemático”, afirmou ele, que disse estar ansioso para ver o debate sobre a questão se abrir.