Nesta semana, gigantes do setor de tecnologia dos EUA anunciaram uma ação conjunta na Justiça contra a decisão do presidente Donald Trump de barrar a entrada de imigrantes muçulmanos no país. Antes de criticar publicamente o governante, porém, algumas dessas empresas fizeram generosas doações ao seu comitê de inauguração.
A revelação foi feita por uma reportagem do site norte-americano Politico. Segundo o site, os donatários foram Google, Amazon e Microsoft, entre outras gigantes do setor. Essas empresas ofereceram não só dinheiro, mas também recursos técnicos para a cerimônia de posse de Trump, realizada em 20 de janeiro.
A Microsoft, por exemplo, fez uma doação de US$ 250 mil (equivalente a mais de R$ 780 mil em conversão direta), em dinheiro, e também uma outra doação, essa em soluções e tecnologia, no mesmo valor. A empresa confirmou a doação, mas não quis comentar seus motivos.
O Google também doou dinheiro e recursos de infraestrutura para a cerimônia, incluindo suporte para o streaming ao vivo do evento pelo YouTube. O mesmo fez a Amazon. O valor empregado pelas duas empresas, porém, não foi revelado. Assim como a Microsoft, Google e Amazon também se recusaram a comentar o assunto.
Já o Facebook, por sua vez – que recentemente também criticou o veto migratório de Trump – não fez doações diretamente ao comitê do presidente. A única participação da empresa no evento foi oferecer cabines públicas do Instagram e uma réplica do Salão Oval para os participantes que quisessem tirar fotos durante a cerimônia de posse, em Washington.
Apesar dessas doações, Google, Amazon e Microsoft, entre outras 97 empresas de tecnologia dos EUA, participam da ação judicial contra Trump. Nos autos, as companhias dizem que a decisão do presidente norte-americano de barrar imigrantes faz parte de “uma doutrina enraizada no racismo e na xenofobia”.