Google e Facebook desistem de cabo submarino entre EUA e Hong Kong

O projeto faria uma ligação de internet rápida que percorreria 13 mil quilômetros, de Los Angeles, até a ex-colônia britânica. Porém, os planos foram alvo de um entrave geopolítico
Da Redação01/09/2020 15h11, atualizada em 01/09/2020 19h25

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Por justificativa de preocupações com “segurança nacional”, desde o mês de julho, o governo dos Estados Unidos tem pressionado o cancelamento de um projeto do Google e do Facebook que envolve a construção de um enorme cabo submarino de banda larga que ligaria Los Angeles até Hong Kong.

A batalha regulatória terminou com as empresas declarando na última quinta-feira, 27, o cancelamento oficial da empreitada na região. O cabo de internet de alta velocidade seria conectado por uma extensão de 13 mil quilômetros e ligaria o Google e o Facebook até vários datacenters na Ásia.

O projeto ambicioso fazia parte da iniciativa Pacific Light Cable Network (PLCN), que também pretende ligar os EUA até Taiwan e as Filipinas. Apesar do cancelamento para Hong Kong, a proposta original, que abrange as duas últimas localidades, ainda está ativa. Ainda assim, o que ganhou destaque é o que ocorre na ex-colônia britânica, onde o cabo de 120 terabits por segundo foi alvo de discussões políticas internacionais.

Um enorme cabo submarino de internet de alta velocidade ligaria Los Angeles e Hong Kong, mas o projeto foi cancelado pelo Google e Facebook. Vismar UK/Shutterstock

Antecedentes

O problema foi o receio por parte dos americanos, que temiam que o equipamento fosse utilizado para fins de espionagem e monitoramento. Exemplo disso foi o que ocorreu em julho: naquele mês, o Google e o Facebook enviaram a sua inscrição referente ao projeto do cabo submarino, para conseguir uma licença na Federal Communications Commission (FCC).

Entretanto, um comitê de telecomunicações do Departamento de Justiça enviou uma recomendação, rejeitando o projeto ao órgão regulador. O departamento dos EUA usou como justificativa a manutenção do “atual ambiente de segurança nacional”. E ainda, a administração Trump citou “os esforços sustentados do governo [da República Popular da China] para adquirir os dados pessoais sensíveis de milhões de americanos”.

A referência ocorre após Pequim ter reduzido de modo significativo a autonomia de Hong Kong. Segundo os críticos, isso poderia fazer o cabo passível de ser grampeado por chineses para a obtenção de informações sigilosas dos EUA. A empresa Dr. Peng Ltd, com sede em Hong Kong, financiava o cabo e também foi descrita como a quarta provedora de serviços de telecomunicações na China.

O maior símbolo da tensão que ocorre em Hong Kong é a nova lei de segurança nacional, que oferece ao governo chinês a possibilidade de prender os residentes da região por crimes como  “separatismo”, “terrorismo” e “subversão”. Isso tem impactado muito a economia local, já que as nações ocidentais, como os EUA, enxergam a ex-colônia britânica como uma cúmplice ou uma localidade silenciada pela oposição e pelos chineses.

Fonte: Arstechnica

Colaboração para o Olhar Digital

Da Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital