Google e Amazon anunciam serviços de música grátis com publicidade

Modelo similar ao do Spotify é restrito aos usuários das caixas de som conectadas das empresas
Renato Santino19/04/2019 15h48, atualizada em 19/04/2019 16h07

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O Spotify que se cuide, porque agora há outras opções de serviços de streaming gratuito de músicas. O Google e a Amazon anunciaram alternativas sem custos do YouTube Music e do Amazon Music Unlimited, respectivamente, mas com uma pegadinha: apenas para usuários de suas caixas de som conectadas.

No caso da Amazon, os usuários do Amazon Music Unlimited só poderão utilizar o serviço gratuito por meio de dispositivos equipados com a assistente Alexa, mais especificamente os dispositivos Echo. Também é importante notar que a gratuidade será sustentada por meio de anúncios, então é possível que haja uma interrupção ou outra entre a reprodução das músicas.

Da mesma forma, o YouTube Music também será oferecido gratuitamente com publicidade apenas para usuários das caixas de som conectadas Google Home. A diferença entre as duas empresas é que a Amazon está limitando a opção grátis aos Estados Unidos, enquanto o Google liberou a novidade para 16 países, entre os quais não está o Brasil, que não recebeu o Home oficialmente.

-> Vale a pena trocar o Spotify pelo YouTube Music?

Ainda que a novidade ainda não afete os brasileiros, ela cria uma dinâmica interessante no mercado de streaming de música. Até hoje, o Spotify era o único entre os grandes a oferecer uma opção gratuita para seus usuários, que contribuiu bastante para o aumento de sua popularidade. Atualmente, a empresa tem 170 milhões de usuários e usa seu plano grátis para atrair mais assinantes que pagam pela versão premium.

A estratégia tem dado certo, porque o Spotify é disparado o serviço mais usado do mundo, inclusive tendo mais assinantes que pagam do que qualquer outro.

 Google e Amazon parecem ter notado que isso tem funcionado e pretendem tentar morder uma parte desse mercado do Spotify com uma opção gratuita. Não se sabe, no entanto, qual será o impacto que a medida terá, já que seu alcance pode ser limitado pelo fato de que apenas os usuários de suas caixas de som conectadas poderão aproveitar a gratuidade.

O que pode ser interessante observar é que, ainda que as duas empresas não consigam roubar usuários do Spotify, elas podem roubar outra coisa: o dinheiro dos anunciantes ao criar um mercado com mais opções.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital