Em quantos filmes e seriados já não vimos aquele velho clichê: uma câmera de segurança flagra algum crime, mas a imagem está afastada demais para identificar o suspeito. No entanto, basta a palavra mágica “Enhance!” (“Melhorar!”) por parte do investigador chefe para que aquele monte de pixels sem forma se transformem em uma fotografia precisa do criminoso.

Na vida real, não existe nada assim, mas o Google está fazendo o que pode para se aproximar da ficção usando sua tecnologia de redes neurais. A divisão da empresa que desenvolve projetos de inteligência artificial, o Google Brain, criou um processo que consegue transformar uma imagem de 8 pixels x 8 pixels para gerar uma aproximação da imagem original.

Mesmo assim, a tecnologia está longe de ser como o retratado nos seriados. O que a inteligência artificial faz é pegar o borrão e fazer uma criação fictícia com base naqueles pixels, na esperança de que isso se aproxime da imagem original usando inteligência artificial. Certamente a técnica não estaria à altura da precisão necessária para seu uso em uma investigação policial.

Para fazer isso, são usadas duas redes neurais distintas. A primeira é uma “rede de condicionamento”, que mapeia os pixels da foto em baixíssima resolução e tenta encontrar uma imagem similar em alta qualidade para servir como base da reconstrução. A segunda analisa a foto e tenta adicionar detalhes baseado em outras fotos parecidas com pixels em localizações similares. As duas coisas são unidas, dando origem a uma imagem nova artificial, e, em alguns casos, impressionante. O artigo em que a técnica é explicada está neste link (em inglês e com linguagem altamente técnica).

Veja o resultado no exemplo abaixo. A primeira coluna mostra o borrão apresentado para a máquina. A segunda coluna mostra como a máquina decidiu reconstruir os pixels em uma face apresentável, e a terceira mostra a verdadeira imagem, para servir como parâmetro de comparação. 

Reprodução

Via The Verge