“Não há nascimento de consciência sem dor”.
Carl Jung (Psiquiatra e psicoterapeuta suíço, 1875 – 1961)
Com a chegada do filme “A vigilante do amanhã (Ghost in the Shell)” aos cinemas, os profundos questionamentos sobre robôs ou ciborgues possuírem ou não consciência estão de volta. De acordo com Christof Koch (que estuda o cérebro há mais de 25 anos), diretor científico do Instituto Allen para Ciência do Cérebro em Seattle, a consciência poderia ser explicada por algo chamado “teoria da informação integrada”, a qual afirma que a consciência é um produto de estruturas, como o cérebro, que pode tanto armazenar uma grande quantidade de informações quanto ter uma densidade crítica de interligações entre as suas partes.
Robô NAO e um átimo de consciência
Em 2015, o professor Selmer Bringsjord, do Rensselaer Polytechnic Institute de Nova York, fez um experimento com três robôs NAO: eles foram programados para pensar que dois do grupo receberam “pílulas do silêncio” para não falarem, mas um deles tinha recebido um placebo. Na realidade, essa pílula é um botão “mudo” no topo da cabeça dos robôs que pode ser pressionado, o que significa que os botões mudo foram acionados em dois robôs, deixando um capaz de falar. Importante: os robôs não sabiam qual deles tinha mantido a capacidade de falar. Perguntaram estão aos robôs qual deles tinham tomado as pílulas. Enquanto todos tentavam responder, um deles levantou-se e disse: “Eu não sei.” Após uma pausa, na qual ele parece ter observado que foi capaz de falar ouvindo a própria voz, este robô faz um gesto com uma das mãos e continua: “Desculpe, agora eu sei.
Eu fui capaz de provar que não recebi a pílula do silêncio.” Segundo os cientistas, sua resposta demonstra um nível básico de consciência, algo que foi muito além de sua programação inicial.
Consciência artificial
Apesar das atuais teorias, não há ainda um consenso na comunidade científica sobre o que exatamente é a consciência. Para o professor Paul Verschure, do Instituto Catalão de Pesquisa Avançada na Catalunha, a teoria da informação integrada não tem “nada a dizer sobre a consciência”. De acordo com ele e sua própria teoria da consciência, se um robô puder circular em nossa sociedade e reconhecer os outros como agentes externos, então, ele acredita, será consciente. Uma teoria simplista demais, e robôs já fazem isto sem no entanto demonstrarem qualquer sinal de consciência, é pura programação, aprendizado de máquina. Acredito no futuro próximo vamos testemunhar o surgimento de uma consciência artificial robótica, única ou coletiva, diferente da nossa. Se será algo bom ou mal, impossível prever.
Notas
Ghost in the Shell – – A vigilante do amanhã – é um filme baseado no manga de mesmo nome do genial Masamune Shirow. O filme é magnífico, com cenários, figurinos, ação e atores em interpretações geniais.
O teste realizado com o robô NAO é uma versão mais simples do enigma dos “três homens sábios” onde eles têm que adivinhar qual a cor do chapéu que estão usando mas eles só podem ver os chapéus dos outros.
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Self Consciousness with NAO Bots
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