Geladeira solar permite armazenamento de alimentos em áreas sem energia elétrica

Desenvolvido por empresa brasileira, equipamento é usado em países africanos em que mais de 600 milhões de pessoas vivem sem eletricidade
Daniel Junqueira11/09/2020 20h03, atualizada em 13/09/2020 16h00

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Um projeto de uma empresa brasileira está ajudando a melhorar a vida em uma região africana em que mais de 600 milhões de pessoas vivem sem acesso à rede elétrica. A Youmma desenvolveu uma geladeira movida a energia solar que permite que mesmo pessoas em regiões remotas do planeta consigam armazenar alimentos.

A geladeira da Youmma é, além de tudo, econômica, o que é ainda mais importante considerando a área do mundo em que está sendo usada. O sistema de resfriamento do equipamento de cem litros consome um quarto da energia exigida por uma geladeira tradicional, de acordo com a Nidec Global Appliance, dona da Youmma.

Com isso, uma bateria pequena carregada com energia solar acaba sendo o suficiente para fornecer uma maneira de guardar alimentos com segurança. A autonomia da bateria é alta: ela manter a geladeira funcionando por um dia e meio sem precisar de recarga.

Disponível atualmente em Uganda e Quênia, a Youmma diz já ter vendido 2 mil unidades da geladeira desde 2019. A maior parte dos clientes é formada por pequenos empresários, e André Morriesen, pesquisador e gerente de desenvolvimento da Nidec, acredita que o eletrodoméstico econômico pode mudar a vida de muita gente.

Pague enquanto usa

Para conseguir espalhar a geladeira pelos países africanos, a Youmma criou um modelo de pagamento via telefone celular que mantém o equipamento funcionando enquanto o cliente continua pagando – até que, depois de um tempo, a geladeira passa a ser dele e ele pode usá-la como quiser.

Reprodução

Geladeira movida a energia solar. Via: Youmma

Atualmente, novos consumidores precisam fazer um depósito equivalente a US$ 100 dólares, e a partir daí serão descontados de US$ 1 a US$ 1,50 por pacotes que incluem o uso da energia, além de cobrir custos de instalação do painel solar.

O preço final depende de acordos feitos com a M-Kopa, uma empresa queniana de energia solar. Em média, as pessoas devem demorar 2 anos para conseguir pagar o equipamento e ficar com a geladeira indefinidamente.

Como o preço não é baixo o suficiente para a região, essas geladeiras solares estão sendo mais usadas por pequenos vendedores, que podem passar a armazenar alimentos e ampliar as vendas.

Vale lembrar que, além do custo, outro fator fundamental é a fonte de energia, já que a Youmma está comercializando o dispositivo em regiões com acesso limitado ou inexistente a redes de energia elétrica.

Além de Uganda e Quênia, a Youmma planeja expandir os serviços para outros países africanos, incluindo Nigéria, Tanzânia, Zâmbia, Costa do Marfim e Senegal.

Via: CNN

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital