5G pode interferir na previsão meteorológica, sugere estudo

Em estudo, o vazamento dos sinais de uma frequência 5G afetaria uma previsão de chuva em até 0,9 milímetros
Redação25/09/2020 22h26, atualizada em 25/09/2020 22h55

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De acordo com um estudo da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, as redes 5G, que são a próxima geração de conexão, podem levar a previsões meteorológicas imprecisas. Essa possibilidade tem causado preocupações aos meteorologistas.

“Nosso estudo – o primeiro de seu tipo que quantifica o efeito do 5G no erro de previsão do tempo – sugere que há um impacto sobre a precisão das previsões do tempo”, explicou Narayan Mandayam, autor sênior do estudo e professor do Wireless Information Network Laboratory (WINLAB), laboratório dedicado a pesquisas acerca de comunicações sem fio da Universidade Rutgers.

Revisado por pares, o estudo foi revelado no início de setembro durante o IEEE 5G World Forum 2020, evento promovido pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE) para reunir representantes da indústria e da academia para discutir tudo sobre 5G.

O estudo usou modelagem de computador para examinar qual seria o impacto do “vazamento” de 5G – quando uma radiação não intencional de um transmissor em alguma faixa de frequência interfere em outras bandas – nas previsões meteorológicas.

Reprodução

Exemplo de como ocorre o vazamento de 5G em outras bandas de frequência. Imagem: Mohammad Yousefvand/Universidade Rutgers

Concluiu-se que os sinais das faixas de frequência 5G podem potencialmente vazar para a banda usada por sensores meteorológicos em satélites que medem a quantidade de vapor de água na atmosfera, algo que afetaria as previsões.

Com base na modelagem, por exemplo, um vazamento de 5G de -15 a -20 decibeis Watts (dBW) – unidade de potência que descreve a força das ondas de rádio – afetaria a previsão de chuva em até 0,9 milímetros no contexto de um tornado.

“Pode-se argumentar que a magnitude do erro encontrado em nosso estudo é insignificante ou significativa, dependendo se você representa a comunidade 5G ou a comunidade meteorológica, respectivamente”, disse Mandayam. “Uma das nossas conclusões é que, se quisermos que o vazamento esteja nos níveis preferidos pela comunidade 5G, precisamos trabalhar em modelos mais detalhados, bem como em tecnologia de antena, realocação dinâmica de recursos de espectro e algoritmos de previsão do tempo aprimorados que podem levar em consideração vazamentos de 5G”, acrescentou.

Via: Phys.org

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital