4G: entenda quais são as bandas usadas no Brasil e as diferenças entre elas

Redação27/09/2018 22h27, atualizada em 27/09/2018 23h05

20180911120037

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O lançamento do iPhone XS e XS Max trouxe luz para um problema do mundo da telefonia que andava esquecido: as incompatibilidade das redes 4G (LTE). O caso voltou à tona após o site da Apple confirmar que os modelos vendidos nos Estados Unidos não funcionarão na banda de 700 MHz do Brasil. No entanto, você sabe os motivos para que isso aconteça? E as suas consequências na prática?

Para te ajudar, o Olhar Digital preparou um pequeno resumo sobre as bandas de 4G utilizadas no Brasil. Confira as vantagens de cada faixa e por que o novos iPhones não funcionarão em uma delas.

O que são as frequências? E as bandas?

Você já parou para pensar quantas coisas chegam até nós pelo ar? Rádio, televisão, serviço de telefonia, sinal de internet Wi-Fi e Bluetooth são só alguns exemplos. No entanto, ao contrário da comunicação cabeada, a radiodifusão não possui uma divisão física que impeça uma interferência entre os diferentes produtos. É aí que as radiofrequências entram, utilizando ondas com oscilações diversas e outras características para evitar interferência.

Para que os diferentes aparelhos de radiocomunicação funcionem de forma harmônica, as agências reguladoras como a Anatel definem faixas de frequência para cada tecnologia. Assim, o rádio não interfere na transmissão da TV e nem o Wi-Fi atrapalha no sinal de celular, por exemplo. O mesmo ocorre quando uma nova geração redes móveis é implantada em um país: é necessário definir normas e faixas de frequências a serem ocupadas pelo sinal.

ReproduçãoHá ainda outros fatores que influenciam na criação de bandas de diferentes frequências para a telecomunicação. As ondas menores são ótimas para longas distância, enquanto as mais altas percorrem um espaço pequeno e carregam mais dados. Por fim, é preciso lembrar que os espectros são finitos e pode ser necessário usar mais do que uma faixa para atender a demanda.

Como cada país possui sua própria estrutura de telecomunicações, as redes 4G acabam ocupando faixas diferentes do espectro ou utilizando tecnologias diferentes. Por isso, é essencial saber quais bandas são utilizadas no país que você vive ou em uma região para qual vai viajar antes de comprar um smartphone.

Quais as frequências utilizadas no Brasil?

Atualmente, o Brasil utiliza três faixas de radiofrequências diferentes. Cada uma delas apresenta uma característica específica, bem como vantagens e desvantagens. Confira a seguir quais são elas e as operadoras que as utilizam:

– Banda 7 (2600 MHz) – Vivo, Claro, Tim e Oi

O 4G foi implantado no Brasil relativamente às pressas, por conta das exigências da FIFA para a Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014. Na época, a faixa escolhida para a operação foi a de 2600 MHz, uma vez que a banda de 700 MHz (preferida pelas operadoras) estava ocupada pela TV analógica.

Considerando os objetivos iniciais do 4G no Brasil, a faixa de 2600 MHz cumpria bem o seu papel. Embora percorra uma baixa distância, a Banda 7 consegue transportar um maior volume de dados e, consequentemente, servir a um número maior de pessoas. Assim, as novas redes de quarta geração conseguiam atender as demandas dos estádios da Copa do Mundo e cobrir os adensados centros urbanos brasileiros sem grande dificuldade.

Por outro lado, o 4G de 2600 MHz apresentava alguns pontos fracos. Em primeiro lugar, o seu baixo alcance demanda a instalação de um número maior de torres, o que poderia encarecer os custos em regiões com densidade demográfica menor. Além disso, a sua baixa penetração em paredes prejudica a recepção em ambientes internos.

– Banda 3 (1800 MHz) – Vivo, Claro, Tim e Oi

Como a desativação da TV analógica demorou mais do que o previsto, as operadoras brasileiras começaram a procurar alternativas para o 4G. A saída encontrada foi utilizar a faixa de 1800 MHz, que até então era exclusiva da redes 2G. Embora ainda não fosse tão vantajosa como a tão desejada faixa de 700 MHz, a banda 3 oferecia pontos positivos em relação ao 4G de 2600 MHz:

O primeiro é que como se trata de uma rede com frequência menor, o 4G de 1800 MHz consegue cobrir uma área maior com a instalação de menos antenas. A segunda vantagem é que os sinais deste espectro também tinham penetração melhor em paredes, melhorando a recepção interna. Por fim, a terceira é que é possível combinar as duas redes para alcançar velocidades maiores.

Reprodução

– Banda 28 (700 APT MHz) – Vivo, Claro e Tim

Com o avanço da TV Digital e a liberação do espectro que abrangia a TV analógica, a Anatel finalmente liberou o 700 MHz para a utilização do 4G no Brasil. Como dito anteriormente, a banda 28 consegue alcançar longas distâncias, o que a torna muito mais atrativa para cidades do interior. Além disso, nos grandes centros, esta é a faixa que promete entregar a maior recepção em ambientes internos.

Além do Brasil, a faixa de 700 MHz é utilizado para o LTE em países como os Estados Unidos. No entanto, as operadoras brasileiras utilizam uma tecnologia batizada de Asia-Pacific Telecommunity (APT), que faz com que os aparelhos desenvolvidos para as redes norte-americanas (bandas 13) fossem incompatíveis com as daqui (Banda 28). Esta é a razão dos problemas com o novo iPhone XS e XS Max.

Como uma fabricante não é obrigada a atender todas as bandas de 4G ao redor do mundo, é comum que as empresas optem por cobrir apenas algumas tecnologias nas variantes de um smartphone. Além do Brasil, as redes de 700 APT MHz também são utilizadas na Europa e Ásia, fazendo com que nós recebêssemos os iPhones destes países ao invés do norte-americano. Ou, se você preferir, comprar o smartphone da Apple no Velho Continente ou em países como Japão, Coréia ou China.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital