A Claro anunciou que sua rede 5G DSS, uma ‘prévia’ do 5G convencional, chega ao país na próxima semana. No entanto, apenas aparelhos com suporte à tecnologia podem usufruir da conexão que promete até 12 vezes mais velocidade em comparação ao que é fornecido pela rede 4G atualmente.
Para mostrar ao público que o sistema trazido pela empresa é de fato mais rápido, a Claro realizou nesta quarta-feira (8), no Allianz Parque, um teste de latência para o 5G DSS – que utiliza um recurso de compartilhamento de frequências, que permite alterações entre o espectro já alocado.
Em uma prévia, a empresa destacou a evolução das velocidades fornecidas pelas conexões. O 4G, por exemplo, oferece conexão que chega a 21,1 Mbps. No caso do 4.5G – em atual operação pela maioria das operadoras do país – a velocidade é de até 210,6 Mbps.
A novidade da Claro, o 5G DSS, oferece até 12 vezes mais velocidade se comparado ao 4G. A conexão chega a 416,6 Mbps, uma clara evolução em relação ao que é oferecido até então. No futuro, com a implementação do 5G convencional, as velocidades disponibilizadas podem ser de até 1.278,6 Mbps.
A demonstração é resultado de uma parceria da Claro, Ericsson, Motorola e Qualcomm. Toda a apresentação foi capturada pelas câmeras do Motorola Edge e transmitida para o público, nas redes sociais da operadora, por meio da rede 5G instalada no estádio.
O primeiro teste mostrou que a tecnologia possui baixa latência o suficiente para permitir que partidas de jogos online sejam disputadas mesmo com a conexão móvel. Para isso, dois integrantes da equipe Fúria GG jogaram ‘Free Fire‘ com uma distância de 17 quilômetros entre eles. O objetivo foi o de mostrar que é possível jogar sem maiores problemas enquanto transmitem a partida diretamente pelo smartphone.
Em seguida, o famoso teste de pilotagem cego foi realizado – semelhante ao demonstrado pela Samsung no ano passado. Aparelhos com conexão 5G foram colocados na parte exterior do veículo e transmitiram o ambiente para um terceiro smartphone localizado acima do volante. Aqui, as janelas foram adesivadas, impedindo a visão. Por conta disso, apenas a visão fornecida pela conexão foi capaz de guiar Karina Simões, piloto de testes, por uma volta no estádio.
Por fim, a Claro anunciou o primeiro Hackaton 5G do país. O evento será promovido pelo BeOn e tem como objetivo criar soluções para superação dos desafios causados pela pandemia da Covid-19 no Brasil. A ideia é desenvolver iniciativas que ajudem os brasileiros nas áreas de saúde, educação ou digitalização de pequenos negócios. O hackaton deve ocorrer em setembro.
Disponibilização da rede 5G
A previsão é de que algumas localidades de São Paulo e Rio de Janeiro recebam a rede 5G DSS. Em São Paulo, a cobertura da tecnologia estará disponível na região da Avenida Paulista e Jardins. Algumas semanas depois, a ideia é estender a disponibilização para outras regiões com maior demanda de tráfego, como Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklin, Vila Olímpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera, região da Avenida Berrini e Santo Amaro.
No Rio de Janeiro, os primeiros pontos de cobertura estarão em Ipanema, Leblon e Lagoa. Como projeto de implementação futura, devem receber a conexão toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca, passando pelo Jardim Oceânico, Joá, São Conrado e Copacabana.
Locais que devem receber a cobertura do 5G DSS. Foto: Claro/ Reprodução
De acordo com a Claro, os locais para a primeira implementação foram escolhidos de acordo com as demandas atuais de tráfego, presença de infraestrutura modernizada – utilizada para a chegada do 4.5G -, além da maior incidência de smartphones de última geração.
Como funciona o 5G DSS?
Assim como o 4,5G (ou LTE Advanced) foi uma evolução natural do 4G e já é ofertado por quase todas as operadoras nacionais, a adoção da tecnologia DSS anunciada pela Claro também pode ser encarada como mais um degrau na evolução das redes de telecomunicações móveis rumo ao 5G. Apesar do nome da oferta, a diferença está na sigla “DSS”, de Dynamic Spectrum Sharing (ou, em tradução livre Compartilhamento Dinâmico de Espectro).
O que a tecnologia (DSS) faz é redistribuir as faixas de frequências já disponíveis e utilizadas na rede 4G. Assim, as operadoras não precisam necessariamente esperar o licenciamento do 5G no país para começar a dar os primeiros passos nesta direção. Nos Estados Unidos, por exemplo, AT&T e Verizon também utilizam o compartilhamento de espectro em suas redes 5G.
O mais interessante é que o 5G através do compartilhamento dinâmico de espectro, o DSS, promete uma experiência muito superior ao usuário se comparado ao atual 4G disponível no país.