A fundação holandesa Ocean Cleanup anunciou hoje detalhes de seu plano para livrar o oceano Pacífico de dejetos plásticos. A fundação usará um total de 50 redes com cerca de um quilômetro de comprimento para concentrar os dejetos em um só lugar. Os planos devem começar já em 2018.
Os equipamentos serão posicionadas de maneira a se aproveitar das correntes marítimas do Pacífico para ajudar em seu processo de limpeza. Em vez de serem fixadas no fundo do oceano, elas serão equipadas com âncoras que farão com que elas se movam mais lentamente. Os dejetos plásticos, mais leves, acabarão então sendo capturados pelas redes, que convergirão para um determinado ponto.
Em seguida, de acordo com o Engadget, o plástico coletado poderá ser reciclado e usado na produção de itens cuja venda ajudará a custear o projeto. Dentre os itens citados pelo site estão óculos de sol, cadeiras e até mesmo parachoques de carros. Não se trata de uma ideia totalmente nova: a Adidas, por exemplo, já lançou um tênis de corrida feito com 95% de plástico retirado dos oceanos.
Veneno de plástico
Inicialmente, a Ocean Cleanup pretende focar seus esforços numa região no norte do oceano Pacífico conhecida como “The Great Pacific Garbage Patch” (algo como “O Grande Lixão do Pacífico”). Trata-se uma região em torno de dois pontos nos quais, por conta das correntes marítimas, os dejetos de plástico jogados no oceano se concentram, segundo o National Geographic.
O CEO da fundação disse ao site Fast Company que limpar essa sujeira do oceano deve custar “bem menos” do que a previsão inicial de US$ 320 milhões. Trata-se, por outro lado, de uma iniciativa importante não só para embelezar os oceanos. Os dejetos plásticos formam uma camada na superfície do mar que impede que a luz do sol passe, ameaçando a flora oceânica.
Além disso, aves que dependem da pesca para sobreviver, como albatrozes, também têm sua existência ameaçada por esses dejetos. Focas, tartarugas e outros animais de menor porte também podem acabar se enroscando neles e tendo suas vidas ameaçadas.