Físicos criam quinto estado da matéria trabalhando remotamente

Condensado de Bose-Einstein foi desenvolvido em um laboratório da Universidade de Sussex usando tecnologia quântica
Luiz Nogueira26/05/2020 16h01

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Uma física, trabalhando remotamente, conseguiu criar o quinto estado da matéria usando tecnologia quântica. A Dra. Amruta Gagde, do Laboratório de Sistemas e Dispositivos Quânticos, produziu com sucesso um Condensado de Bose-Einstein (BEC) nas instalações da Universidade de Sussex – mesmo estando a cerca de três quilômetros de distância.

O feito fez com que a equipe de pesquisa acredite que seja possível fornecer um plano para operar tecnologia quântica em ambientes inacessíveis, como o espaço, por exemplo.

Peter Krüger, professor de física experimental da Universidade de Sussex e um dos envolvidos no projeto declarou: “Acreditamos que essa pode ser a primeira vez que alguém criou um BEC remotamente em um laboratório que não tinha um antes. Estamos todos extremamente empolgados por podermos continuar realizando nossas experiências remotamente durante o período de isolamento – e em situações semelhantes no futuro também”.

Para manipular o material, os responsáveis pelo estudo usaram gases atômicos como sensores magnéticos. Com isso, sensores extremamente precisos e ideais para detectar novos materiais foram criados.

Agora, a ideia dos pesquisadores é a de desenvolver um segundo BEC em um outro laboratório da Universidade de Sussex. Essa criação fará parte de um projeto mais amplo que desenvolve um novo tipo de microscopia magnética e outros sensores quânticos.

Condensado de Bose-Einstein

Reprodução

Dr Amruta Gadge logo após a criação do BEC em sua casa. Foto: Universidade de Sussex

Um BEC consiste em uma nuvem de centenas de milhares de átomos de rubídio resfriados a temperaturas de nanokelvin, que equivale a um grau Celsius dividido por um bilhão.

Nesse ponto, os átomos assumem uma propriedade diferente e se comportam juntos como um único objeto quântico. Essa “colaboração” possui características únicas que podem detectar campos magnéticos muito baixos.

“Usamos várias etapas cuidadosamente programadas de resfriamento por ondas de rádio e lasers para fazer com que os gases de rubídio cheguem a essas temperaturas. Isso requer um controle preciso do computador e de todos os equipamentos essenciais”, disse Krüger ao descrever a maneira como o BEC foi criado.

Via: Phys

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital