Fernandinho Beira-Mar quer criar site de vendas para lançar sua marca

Traficante condenado acompanha construção do site da prisão; entre os itens que terão a marca FBM estão dois livros autorais, um deles sua biografia, camisas, bonés e capas de celular
Redação22/05/2019 22h37, atualizada em 22/05/2019 23h20

20190522083441

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Fernandinho Beira-Mar, ou Luiz Fernando da Costa, como é pouco conhecido, construiu seu legado como o maior chefe do tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro, segundo a Polícia Federal. Depois de 18 anos de sua prisão, em 2001, um dos maiores traficantes da América Latina planeja se aventurar em uma nova empreitada, dessa vez permitida por lei, mas inusitada. Beira-Mar quer lançar sua própria marca “FBM” e vender seus produtos via e-commerce. Os itens são diversificados: camisas, bonés, livros autorais e capas para celular.

Aos 51 anos, atualmente detido na penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Beira-Mar está trabalhando na construção do site de vendas de dentro da cela. De acordo com matéria do UOL, os produtos serão confeccionados por dependentes químicos sob tratamento de uma ONG ligada a uma igreja evangélica. Não se sabe, no entanto, os nomes das entidades envolvidas e para onde os lucros do negócio serão destinados.

A advogada do traficante Paloma Gurgel confirmou à reportagem do UOL que o site está em fase de construção e que o processo criativo é acompanhado ativamente por Beira-Mar. O desenvolvimento e manutenção da página, no entanto, devem ser feitas por terceiros. Antes de ir ao ar, o conteúdo deve passar por análise do setor de inteligência do sistema prisional e pela direção da prisão a de Mossoró. Mais detalhes não foram revelados.

De acordo com o Código de Processo Penal (CPP) brasileiro, não há impedimentos legais para que um preso condenado crie uma marca comercial, tampouco um site na internet com seu nome.

Contudo, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) afirma que Beira-Mar apenas tem autorização para acessar computadores nos períodos dedicados ao estudo à distância (EAD) sob monitoramento do setor de inteligência. Durante seus anos na prisão, ele cursou Teologia por EAD e concluiu a formação.

Beira-Mar cumpre uma pena de 300 anos. Ao longo das quase duas décadas detido, escreveu dois livros, os quais também serão vendidos no seu e-commerce. Uma das obras é a monografia escrita para conclusão do curso de Teologia. A segunda é uma biografia, em que retrata suas histórias como chefe do tráfico no Rio.

Beira-Mar foi preso em abril de 2001 pelo exército colombiano depois de se aliar às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) do país, guerrilha comunista que se associou ao narcotráfico. Foi deportado para o Brasil no mesmo ano, desde quando passou por presídios do Rio de Janeiro (Bangu 1), Paraná (Catanduvas) e Rondônia (Porto Velho) até chegar na penitenciária de Mossoró.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital