Federação impede realização de partida que seria transmitida pelo YouTube

Equipe de Criação Olhar Digital20/02/2017 08h56

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Não foi dessa vez que o brasileiro pôde conferir uma grande partida de futebol pela internet de forma oficial. O confronto entre Atlético-PR e Coritiba que deveria ocorrer ontem, com transmissão exclusiva pela rede, acabou cancelado em meio a uma polêmica guerra de discursos.

Os dois clubes informaram na sexta-feira, 17, que optariam por jogar em frente às câmeras de YouTube e Facebook por não concordarem com a proposta “absurda” da Globo, que queria levar a partida à TV por R$ 1 milhão. Só que os árbitros escalados para o “Atletiba” se recusaram a dar o apito inicial.

A Federação Paranaense de Futebol (FPF) impediu o começo do jogo alegando problemas de credenciamento. A entidade justificou que os profissionais responsáveis pela captação das imagens deveriam ter sido cadastrados com 48 horas de antecedência, o que não teria acontecido. Hélio Cury, presidente da FPF, garantiu à ESPN que, se remarcado com o devido credenciamento, o clássico poderá ocorrer com a transmissão digital.

Já os clubes dizem que a entidade se opunha à transmissão independente — que seria feita com ajuda de uma produtora contratada pelas agremiações. A polêmica cresceu ainda mais depois que o UOL obteve um áudio em que o quarto árbitro da partida, Rafael Traci, reconhece que a proibição tem a ver com os direitos, e não credenciamento. “O pessoal não pode transmitir porque não é a detentora do campeonato”, comentou ele, ainda no campo. “É isso que a gente recebeu de informação. Se continuarem eles (funcionários da transmissão) dentro do campo, nós não podemos ter essa partida”, completou.

Diante do impasse, os próprios clubes decidiram cancelar a partida. Os jogadores só voltaram a campo para agradecer às torcidas pela presença, mas ninguém tocou na bola. Alheia à confusão, a Globo se pronunciou, por meio de nota, dizendo que não tem nada a ver com a história, uma vez que não obteve os direitos de transmissão. “Entendemos que cabe aos clubes dispor livremente dos direitos nos jogos em que se enfrentam, e estávamos cientes inclusive da transmissão via internet”, diz.