A principal fonte de renda do Facebook são os anúncios que diversas empresas pagam para que sejam expostos a uma parte dos 2 bilhões de usuários da rede social. As regras para o uso dessa plataforma de publicidade, porém, estão mudando.

A empresa revelou nesta sexta-feira, 27, uma série de novas diretrizes focadas em anúncios e, principalmente, propagandas relacionados a política. Algumas das novas regras valem para todos os tipos de anúncio. O objetivo é fornecer mais transparência quanto a veiculação dessas propagandas no Facebook.

O teste das novas funções começou no Canadá e, no ano que vem, chegará aos EUA e a outros países – possivelmente também ao Brasil. A partir de agora, quem pagar para promover um post ligado às eleições de um país deverá ter sua identidade verificada pelo Facebook e exibir seu nome no próprio anúncio.

Além disso, não será mais possível patrocinar um post através de um perfil de usuário. O anúncio deverá, obrigatoriamente, estar ligado a uma página que seja verificada. A própria peça publicitária deverá vir ainda com dois novos alertas: um indicando que aquele post é uma propaganda política e outro indicando quem foi que pagou por ele.

Outra novidade que afeta todos os anunciantes da rede social é um “arquivo de anúncios”. Ao acessar a página de uma marca ou empresa, o usuário poderá ver uma seção com todos os anúncios que aquela página mantém ativos na rede social, ainda que o usuário, em si, não seja o público-alvo do anúncio.

No caso de propaganda política, as páginas que postarem esse tipo de anúncio ainda vão ter que manter um histórico de todos os posts patrocinados nos últimos quatro anos (a partir da liberação do novo recurso), esclarecer quanto dinheiro foi gasto com todos eles, quantas pessoas foram atingidas e qual era o público-alvo, em detalhes.

Por fim, a empresa vai contruir ferramentas de inteligência artificial que serão treinadas para identificar “propagandas disfarçadas” – posts que citam política, mas que não seguem as novas regras. Embora o time de Mark Zuckerberg não tenha adimitido, tudo leva a crer que as mudanças têm a ver com uma polêmica na qual o Facebook se envolveu recentemente em relação às últimas eleições dos EUA.

Investigações revelaram que organizações russas pagaram para promover propaganda política no Facebook durante as eleições para presidente dos EUA em 2016. Os posts eram patrocinados para atingir mais pessoas e eram usados para denegrir a então candidata democrata Hilary Clinton, que acabou derrotada pelo republicado Donald Trump nas urnas.

O problema é que os anúncios não eram transparentes o bastante: apenas uma extensa investigação feita nos EUA conseguiu averiguar que os posts eram, de fato, pagos por pessoas na Rússia. “Nós continuamos profundamente comprometidos com a integridade do processo eleitoral no Facebook”, disse Rob Goldman, vice-presidente da plataforma de anúncios do Facebook, ao divulgar as mudanças.