Facebook se junta a Epic e ataca Apple por ‘imposto’ na App Store

Rede social lançou recurso que visa apoiar organizadores a monetizarem eventos durante a pandemia, mas Apple receberá uma fatia das vendas no iOS
Equipe de Criação Olhar Digital15/08/2020 01h46

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A Epic ganhou um aliado de peso na batalha que decidiu travar contra a Apple e o “imposto” de 30% sobre transações em apps distribuídos pela App Store. O Facebook também decidiu se manifestar contra a prática após um novo recurso que visa apoiar pequenas empresas também ser “punido” com a taxação.

A função, ligada ao recurso de eventos do Facebook, permitirá a criação de eventos pagos na rede social. Segundo a empresa, o objetivo é facilitar a geração de renda e suprir o vazio gerado pelo distanciamento social. No entanto, a Apple não abre mão de seus 30%.

“Pedimos à Apple para reduzir os 30% de imposto da App Store ou permitir que oferecêssemos o Facebook Pay para que pudéssemos absorver todos os custos para negócios sofrendo durante a Covid-19. Infelizmente, eles rejeitaram nossos pedidos e os pequenos negócios receberão apenas 70% de sua receita suada”, diz em comunicado Fidji Simo, diretor responsável pelo aplicativo do Facebook.

A companhia de Zuckerberg diz que estaria disposta a não cobrar nenhuma tarifa pelo uso da ferramenta de realização de eventos pagos até o ano que vem, como forma de apoiar as pequenas empresas. Quando as transações forem feitas na web ou no Android nos países onde o Facebook Pay está ativo, o dinheiro será destinado em sua totalidade para os organizadores.

A empresa também tomou o passo pouco usual de incluir, na hora do pagamento, um aviso de que, quando o usuário de iPhone fizer uma compra de um ingresso para um evento pago, 30% do valor será destinado à Apple.

“Quando as pessoas pagam US$ 20 por um evento online, eles acham que está indo tudo para o negócio local, quando 30% está indo para uma empresa que vale quase US$ 2 trilhões”, critica o Facebook.

A Apple se tornou um alvo de um número crescente de protestos, que acusam a empresa de práticas monopolistas que acabam prejudicando a inovação. O mais notável foi o da Epic Games, que decidiu peitar o “imposto” e implementar seu próprio sistema de pagamentos em “Fortnite” para não precisar pagar uma comissão; o resultado foi a expulsão do app da loja e a abertura de um processo contra a Apple. A Microsoft também havia se manifestado após o aplicativo do Xbox Game Pass que permitiria acesso a jogos em nuvem ser proibido na App Store.

O próprio Facebook já havia se deparado com as duras regras da App Store com seu aplicativo voltado para jogos, o Facebook Gaming. A empresa implementou alguns joguinhos que tiveram que ser removidos para que o software pudesse ser distribuído na loja.