O Facebook liberou na última semana para todos os usuários da versão para iOS o Instant Articles, serviço que carrega as notícias dentro da rede social. Em entrevista ao Nieman Lab, o gerente de produto da ferramenta, Michael Reckhow, forneceu as primeiras estimativas a aceitação e engajamento dos usuários, explicou algumas mudanças e tentou tranquilizar quem acredita que é perigoso dar muito poder a uma empresa só. “Estamos construindo produtos que resolvam as necessidades dos editores”, justificou.

Mais compartilhamentos
Em poucos dias de utilização pelo grande público, Reckhow afirmou que é possível identificar que os usuários estão mais propensos a compartilhar os novos artigos do que o estão a fazer os tradicionais links incorporados na rede social. O executivo conta ainda que a maior parte das notícias leva menos de um segundo para carregar. “Para nós, o compartilhamento é o sinal mais forte de que alguém gostou da experiência que teve no Facebook. Estamos felizes que a melhora na velocidade está se refletindo em ações”, comentou.

Durante os testes realizados com um pequeno grupo de usuários, a rede social recebeu algumas sugestões de melhorias, que já foram colocadas em prática, como a identificação de que aquele link é um artigo instantâneo. “Adicionamos um ícone de raio. Quando o usuário vê o seu primeiro artigo instantâneo, recebe uma mensagem dizendo que eles serão identificados daquela maneira”, conta Reckhow.

“Outra coisa que aprendemos é que a velocidade não é apenas o carregamento inicial, mas tudo dentro do artigo. Se a parte de cima dele carregar muito rápido e, assim que o usuário descer a página, as imagens não estiverem carregadas, a experiência será ruim. Então, trabalhamos para melhorar as imagens e todo o conteúdo”, revela. De acordo com o Facebook, 90% do conteúdo é carregado antes que o usuário abra a tela.

Comentários
É possível comentar e curtir fotos e vídeos dentro dos artigos que serão exibidos no feed de notícias de maneira separada. Segundo o executivo, essa ferramenta tornará possível uma interação entre as pessoas sem que elas tenham que ler todo o artigo.

Poder
Questionado sobre o excesso de poder que o Facebook terá, já que muitos veículos pretendem colocar todo o seu conteúdo na plataforma, Reckhow tentou tranquilizar. ” Perguntamos aos editores o que eles quere que eles querem fora do Facebook e a resposta foi atingir e envolver novos públicos. Eles podem usar o Facebook para isso e até para construir um negócio sustentável, usando os anúncios. Estamos construindo ferramentas para construir conexões diretas com o leitor e resolver as duas necessidades dos editores”.