Há tempos o Facebook vem sendo alvo de críticas a respeito de sua responsabilidade na propagação de boatos na rede social. A empresa de Mark Zuckerberg foi acusada de negligência, especialmente numa época em que milhões de pessoas se informam pela internet e podem muito bem ser enganadas por notícias falsas.

O Facebook levou algum tempo para admitir que tinha parcela de culpa nisso, limitando-se a declarar que é “uma empresa de tecnologia”, uma simples distribuidora de conteúdo, e que não tinha responsabilidade pelo que os usuários fazem ou compartilham. Nesta quinta-feira, 15, o discurso mudou radicalmente.

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Em um post em seu próprio perfil, Zuckerberg finalmente admitiu que a rede social é parte do problema e anunciou quais medidas a empresa está tomando para combater a propagação de boatos e notícias falsas. “Eu penso no Facebook como uma empresa de tecnologia, mas reconheço que temos uma responsabilidade maior do que apenas a de construir a tecnologia pela qual a informação trafega”, disse o CEO.

“Mesmo que nós não escrevamos as notícias que vocês leem e compartilham, nós também reconhecemos que somos mais do que um distribuidor de notícias. Nós somos um novo tipo de plataforma para o discurso público – e isso significa que temos um novo tipo de responsabilidade”, acrescentou Zuckerberg.

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Depois desse “desabafo”, o CEO esclareceu como o Facebook vai agir a partir de agora: com um novo recurso de denúncia de farsas. Em uma postagem no blog oficial da empresa, o chefe responsável pelo feed de notícias da rede, Adam Mosseri, explicou como o novo sistema vai funcionar.

Ao ver uma postagem ou o link para uma notícia que parece ser falsa, o usuário pode clicar sobre a seta no canto direito do post e selecionar a opção “Denunciar”. Além das opções tradicionais (“É spam”, “é desinteressante” etc.), surge um novo motivo para você fazer a denúncia: “Isto é uma notícia falsa”.

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Ao selecionar essa opção, você pode escolher entre apenas bloquear o perfil ou página que compartilhou aquele boato, mandar uma mensagem para o autor ou “marcar este post como uma notícia falsa”. Se muita gente denunciar a mesma notícia, ela passará a vir acompanhada de um aviso de que aquela história está sendo avaliada e que pode ser falsa.

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Mosseri explica que cada denúncia será encaminhada a organizações de fora do Facebook especializadas em checagem de fatos. Se essas agências chegarem à conclusão de que aquela notícia denunciada é realmente falsa, ela receberá o selo da imagem acima. A postagem não vai sair do Facebook, mas vai aparecer menos no feed de notícias.

As agências parceiras do Facebook nessa empreitada são as signatárias da International Fact-Checking Network (IFCN). Três organizações brasileiras fazem parte desse grupo: a Agência Pública (por meio do projeto Truco), a Aos Fatos e a Agência Lupa – que inclusive já confirmou a parceria com o Facebook brasileiro.

Além disso, a rede social está implementando novas ferramentas para descobrir se o dono de uma página de notícias falsas no Facebook está ganhando dinheiro ao fazer propaganda de algum produto, ou mesmo comprando anúncios nativos. Se isso acontecer, o “farsante” será bloqueado.

“Nós acreditamos que oferecer um contexto maior pode ajudar as pessoas a decidir por elas mesmas em que confiar e o que compartilhar”, disse Mosseri. “Sabemos que há mais a ser feito. É importante para nós que as histórias que você vê no Facebook sejam autênticas e significativas. Vamos continuar trabalhando nesse problema pelo tempo que for necessário até acertarmos.”