Você provavelmente nunca associou o Facebook diretamente a robôs, apesar da rede social de Mark Zuckerberg integrar o seleto grupo das gigantes de tecnologia. Porém, como a companhia revelou hoje, a próxima área de foco da sua equipe de pesquisadores será exatamente a robótica. Através de experimentos com robôs, a companhia vai procurar maneiras de aprimorar suas atividades com inteligência artificial.
Isso não é raro para grandes empresas de tecnologia: Google, Nvidia e Amazon, por exemplo, utilizam robôs como plataformas de exploração para pesquisas em IA. Controlar robôs é, em muitos aspectos, uma tarefa mais delicada que ensinar máquinas a jogar jogos de tabuleiro e videogames. Para essas últimas tarefas, pesquisadores têm acesso a ambientes simulados de jogos, o que permite que agentes de IA aprendam em velocidades aceleradas. Para robôs, no entanto, não existe tal atalho.
“O melhor da robótica é que ela ocorre em tempo real, no mundo real”, afirma Antoine Bordes, codiretor dos laboratórios de inteligência artificial do Facebook, à Bloomberg. A empresa indica que as vias de pesquisa são amplas, e compartilhou detalhes de três dos seus estudos. O primeiro envolvia usar um robô de seis pernas para aprender sozinho a caminhar por tentativa e erro; o segundo busca impulsionar a “curiosidade” para alavancar o aprendizado rápido, enquanto o terceiro pretende aplicar um sentido de toque para ajudar o robô a cumprir tarefas simples como rolar uma bola.
Nenhum desses estudos são propriamente inovadores, sendo que os tópicos explorados também são desenvolvidos em universidades e laboratórios. Ainda assim, é notável que a equipe de IA do Facebook (conhecida como FAIR) esteja visando essa linha de pesquisa. O cientista-chefe de IA da empresa, Yann LeCun, declarou à Bloomberg que a FAIR tem o dever de “enxergar nas curvas” e estar preparada para futuros produtos e serviços, incluindo robôs. “Você precisa começar cedo”, garante LeCun.
Em alguns pequenos aspectos, o Facebook já mostrou que se ambientar com sistemas físicos pode ter retornos positivos inesperados. Por exemplo, quando lançou sua elogiada câmera de bate-papo, a Portal, a empresa trabalhou com cineastas para projetar os movimentos de câmera que enquadram os usuários para cada foto. Tendo em vista o sucesso dessa primeira empreitada, a iniciativa pode render mais bons frutos no futuro.
Fonte: The Verge