O Facebook derrubou dezenas de páginas e perfis que estariam sendo usados para interferir nas eleições legislativas dos Estados Unidos. Apesar de não identificar os responsáveis pela ação coordenada, a rede social diz ter evidências de que as contas seriam usadas para influenciar a votação.
Ao todo, 32 contas foram suspensas, sendo oito páginas, 17 perfis do Facebook e mais sete do Instagram. Juntas, as páginas somavam 290 mil seguidores, mais de 9.500 publicações e 150 anúncios que custaram mais de US$ 11 mil.
Os responsáveis pelas contas usavam VPN e internet móvel para esconder a localização, e o pagamento para o impulsionamento das publicações foi feito por terceiros para dificultar o rastreamento de quem estava por trás daquilo.
Entre as atividades relacionadas aos perfis deletados estavam assuntos divisivos para a população dos EUA. Um dos exemplos é a comemoração de um ano de uma marcha feita por grupos racistas na cidade de Charlottesville. A rede social não especificou se as ações das contas seriam a favor ou contra a manifestação, ou se tinham como objetivo fazer com que o tema ganhasse mais alcance entre usuários norte-americanos do Facebook.
A ação coordenada foi identificada por especialistas da empresa com uso de inteligência artificial e foi detectada há duas semanas. As contas só foram apagadas hoje após órgãos de segurança dos Estados Unidos serem informados do caso.
Apesar de não ter identificado ainda quem está por trás da ação, o Facebook diz ter encontrado indícios de que uma agência russa que teria sido usada pelo governo de Vladimir Putin para influenciar as eleições presidenciais de 2016 estaria novamente envolvida na tentativa de manipular a votação.
Ao jornal The New York Times, o Facebook disse que as contas violavam os termos de uso da rede social. “Este tipo de comportamento não é permitido no Facebook porque não queremos pessoas ou organizações criando uma rede de contas para enganar os outros sobre quem eles são ou o que estão fazendo,” diz uma nota da empresa.
Na semana passada, o Facebook derrubou 196 páginas e 87 contas brasileiras acusadas de espalhar conteúdo falso na rede social, sendo muitas delas relacionadas ao grupo conservador Movimento Brasil Livre (MBL). Ao que tudo indica, a ação norte-americana não tem relação alguma com a brasileira.