O Facebook não para de acumular problemas de privacidade. Para piorar, na última semana vieram a público uma série de novas informações preocupantes sobre um aplicativo para celular desenvolvido pela companhia que permitia o reconhecimento facial. O app, porém, ficou restrito a funcionários que podiam usá-lo para reconhecer seus colegas de trabalho e amigos.
A ferramenta, segundo publicação do Business Insider, era poderosa. A proposta do app era simples: apontar a câmera do celular para o rosto de alguém e receber uma identificação com base no banco de dados de usuários do Facebook, puxando seu nome e foto de perfil. O texto também menciona que o sistema era inteligente o suficiente para delimitar basicamente qualquer um com conta na plataforma, ao menos em uma de suas versões.
Não é difícil entender como um aplicativo do tipo causaria uma reação negativa se tivesse sido lançado para o público. No entanto, o Facebook se defende afirmando que a ferramenta não era capaz de identificar qualquer usuário da plataforma e tinha alcance restrito. Segundo a companhia, o app “foi disponibilizado apenas para funcionários e só poderia reconhecer outros funcionários ou seus amigos que tinham o recurso de reconhecimento facial habilitado em seus perfis”.
Pelo que o Facebook diz sobre o tema, o lançamento de tal ferramenta para o público não chegou a ser cogitado. Em comunicado à CNET, a companhia explica que “como uma forma de aprender sobre novas tecnologias, nossas equipes frequentemente desenvolvem aplicativos para usar internamente”.
O recurso foi desenvolvido entre 2015 e 2016, o que representa uma época em que a empresa operava sem tanto escrutínio da opinião pública e de governos pelo mundo, antes do escândalo da Cambridge Analytica pelas falhas de privacidade. A publicação também menciona que o app já foi descontinuado desde então.
De lá para cá, as coisas mudaram para a companhia. Mark Zuckerberg já foi chamado para discutir a atuação do Facebook diante de congressistas nos Estados Unidos e recebeu uma multa recorde de US$ 5 bilhões pelos transtornos envolvendo a Cambridge Analytica. A empresa também se envolveu em disputas legais por não apresentar o recurso de reconhecimento facial com clareza aos seus usuários, o que fez com que o sistema passasse a ser desabilitado por padrão para todos.