O Facebook revelou que avaliará sua atual política de anúncios, conteúdo pago e controles de segurança por meio de uma auditoria. A decisão surge como uma resposta ao crescente boicote publicitário à rede social por conta dos conteúdos com discurso de ódio que a plataforma permite serem publicados e compartilhados.

A Media Rating Council (MRC), organização sem fins lucrativos com foco em pesquisa de mídia, será a condutora da auditoria, que tem como intuito avaliar como o Facebook é capaz de evitar que os anunciantes apareçam ao lado de conteúdos nocivos. “Como parte de nosso compromisso contínuo com a transparência, pretendemos incluir a prevalência de discurso de ódio em nossos relatórios ao longo do próximo ano”, afirmou a plataforma.

Frente à política atual do Facebook, grandes anunciantes, como Coca-Cola, Unilever e Starbucks, se uniram à campanha promovida por grupos de direitos civis dos Estados Unidos chamada Stop Hate for Profit (Fim ao Ódio por Lucro, em tradução livre para o português), que pede que marcas interrompam seus anúncios na plataforma a partir do mês de julho, a fim de pressionar a rede social a tomar medidas para controlar o discurso de ódio que é disseminado. A tendência é que a campanha cresça e ganhe mais adeptos mundo afora, o que prejudicará ainda mais o Facebook se medidas eficientes não forem adotadas imediatamente. 

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Imagem da campanha Stop Hate for Profit. Imagem: Divulgação

Ainda na última sexta-feira (26), Mark Zuckerbeg, CEO do Facebook, disse que a plataforma começaria a rotular publicações potencialmente danosas ou que contribuem para a desinformação. Além disso, anúncios que expressam que “pessoas de raças, etnias, nacionalidades, religiões, castas, orientações sexuais, identidades sexuais ou status de imigração específicos” são uma ameaça aos demais, serão proibidos.

Na mesma sexta-feira, em meio às incertezas causadas pela redução de anunciantes a partir de julho, as ações do Facebook caíram 8% na bolsa de Nova York, o equivalente a US$ 56 bilhões (aproximadamente R$ 305 bilhões, na conversão direta das moedas). A queda também afetou a fortuna pessoal de Mark Zuckerberg, que perdeu cerca de US$ 7,2 bilhões (aproximadamente R$ 39 bilhões).

Em busca de apaziguar o boicote imediatamente, Carolyn Everson, vice-presidente de Soluções de Marketing Global do Facebook, deve se dirigir a um grupo de anunciantes ainda nesta terça-feira (30).

Via: G1