O Facebook pode ser a próxima companhia de tecnologia a explorar o conceito de modularidade para um dispositivo móvel. Pelo menos é o que indica uma patente da empresa publicada nesta quinta-feira, 20, pelo órgão americano responsável por analisar e catalogar ideias.
O documento, originalmente registrado em janeiro de 2016, trata sobre um “dispositivo modular eletromecânico” que teria suas funções “definidas pela combinação de módulos anexados a um chassi”.
Na justificativa da patente, o Facebook lembra que eletrônicos geralmente têm um ciclo de vida curto, com o consumidor sendo obrigado a se desfazer de um dispositivo que muitas vezes está bom, mas que não tem mais como acompanhar o nível de inovação do mercado.
“Tipicamente, os componentes de hardware incluídos em eletrônicos que são considerados ‘desatualizados’ ainda estão usáveis”, diz a empresa. “Contudo, os componentes de hardware não podem mais ser reutilizados, uma vez que os eletrônicos são desenvolvidos como sistemas fechados. Da perspectiva do consumidor, o ciclo de vida de eletrônicos convencionais é caro e um desperdício.”
Para combater isso, o Facebook acredita que o ideal seria desenvolver produtos como seu “dispositivo modular eletromecânico”. A ideia segue os mesmos preceitos do Projeto Ara, adquirido, desenvolvido e, posteriormente, encerrado pelo Google: a pessoa compra o aparelho e depois vai atualizando seu hardware trocando peças como câmera, bateria, processador etc.
Quem descobriu o documento foi o Business Insider, e o site chama atenção para o fato de que a patente está registrada sob o nome de quatro pessoas que trabalhavam para a Nascent Objects, empresa comprada pelo Facebook no ano passado que usa impressão tridimensional para criar rapidamente protótipos modulares.
Além disso, a divisão responsável pela aplicação da patente, chamada Building 8, está cheia de ex-funcionários do Google que passaram pelo Projeto Ara. Como ressalta o The Verge, a chefe da divisão, Regina Dugan, é um deles.
Outra função especificada na patente é a possibilidade de que o dispositivo opere de forma semelhante às caixas de som inteligentes que começaram a pipocar no mercado — Google Home, HomePod (Apple), Echo (Amazon). E um dos chefes da Building 8, Bernard Richardson, trabalhou no desenvolvimento da Alexa, a assistente virtual da Amazon.