Executivo do Facebook diz que Rússia não influenciou no Brexit

Nick Clegg afirmou que análises não encontraram evidências de influência significativa da Rússia na decisão por votos sobre Brexit
Equipe de Criação Olhar Digital24/06/2019 13h45

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Nick Clegg, ex-líder político do Partido Democrata Liberal, vice primeiro-ministro britânico e atual presidente de comunicações globais, marketing e políticas públicas do Facebook, disse que não há evidências de que a Rússia tenha usado o Facebook para influenciar os resultados das votações do Brexit.

Segundo ele, a análise realizada pela empresa não mostrou nenhuma “tentativa significativa” da Rússia para influenciar votos. Clegg acredita que o resultado reflete, realmente, o pensamento dos britânicos. “Embora eu entenda por que as pessoas querem reduzir a erupção na política britânica a algum tipo de complô ou conspiração – ou algum uso mal intencionado de novas mídias sociais – temo que as raízes do euroceticismo britânico sejam muito, muito mais profundas”.

O vice-primeiro ministro também descartou a possibilidade da Cambridge Analytica usar análise de dados para atingir eleitores e convencê-los de votar pela saída da União Europeia através de anúncios no Facebook.

Em vez disso, ele apontou para a influência da mídia tradicional nos últimos 40 anos, em vez da ascensão relativamente recente das mídias sociais, como a razão pela qual a Grã-Bretanha votou a favor do Brexit.

Durante a entrevista, Clegg reproduziu alguns dos discursos de Zuckerberg, dizendo que não cabe ao Facebook dizer o que pode ou não ser publicado. Essa função deveria ser feita pelo governo.

“Não cabe às empresas privadas, por maiores ou menores que sejam, a criação de tais regras. Mas a políticos democráticos, em um mundo democrático”, disse ele.

Recentemente, o governo do Reino Unido vem debatendo uma ação mais severa contra a gigante das mídias sociais, incluindo a criação de um novo regulador digital, removendo o botão “Curtir” para crianças e responsabilizando os executivos de mídia social por conteúdo nocivo.

No entanto, um governo regulatório permite que o Facebook livre-se da responsabilidade de tomar decisões controversas, assim como da culpa pelas consequências.


Via: PC Magazine