Nick Clegg, ex-líder político do Partido Democrata Liberal, vice primeiro-ministro britânico e atual presidente de comunicações globais, marketing e políticas públicas do Facebook, disse que não há evidências de que a Rússia tenha usado o Facebook para influenciar os resultados das votações do Brexit.
Segundo ele, a análise realizada pela empresa não mostrou nenhuma “tentativa significativa” da Rússia para influenciar votos. Clegg acredita que o resultado reflete, realmente, o pensamento dos britânicos. “Embora eu entenda por que as pessoas querem reduzir a erupção na política britânica a algum tipo de complô ou conspiração – ou algum uso mal intencionado de novas mídias sociais – temo que as raízes do euroceticismo britânico sejam muito, muito mais profundas”.
O vice-primeiro ministro também descartou a possibilidade da Cambridge Analytica usar análise de dados para atingir eleitores e convencê-los de votar pela saída da União Europeia através de anúncios no Facebook.
Em vez disso, ele apontou para a influência da mídia tradicional nos últimos 40 anos, em vez da ascensão relativamente recente das mídias sociais, como a razão pela qual a Grã-Bretanha votou a favor do Brexit.
Durante a entrevista, Clegg reproduziu alguns dos discursos de Zuckerberg, dizendo que não cabe ao Facebook dizer o que pode ou não ser publicado. Essa função deveria ser feita pelo governo.
“Não cabe às empresas privadas, por maiores ou menores que sejam, a criação de tais regras. Mas a políticos democráticos, em um mundo democrático”, disse ele.
Recentemente, o governo do Reino Unido vem debatendo uma ação mais severa contra a gigante das mídias sociais, incluindo a criação de um novo regulador digital, removendo o botão “Curtir” para crianças e responsabilizando os executivos de mídia social por conteúdo nocivo.
No entanto, um governo regulatório permite que o Facebook livre-se da responsabilidade de tomar decisões controversas, assim como da culpa pelas consequências.
Via: PC Magazine