A situação está complicada para a Huawei. A empresa passou vários anos na mira do governo dos Estados Unidos, e a prisão da diretora financeira Meng Wanzhou, filha do fundador da gigante chinesa, deixa as coisas ainda mais difíceis. Agora a executiva, presa quando fazia uma escala no Canadá com destino ao México, com ordem de extradição para os Estados Unidos, está sendo acusada de fraude.

Os detalhes da prisão começaram a surgir nesta noite, durante o julgamento da fiança da executiva. Caso ela seja julgada e condenada, pode pegar até 30 anos de prisão.

O grande problema gira em torno de uma subsidiária da Huawei chamada SkyCom, que possui sede em Hong Kong. Essa empresa é acusada de fazer negócios com o Irã durante 2009 e 2014, violando as sanções impostas contra o país pelos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a Huawei trabalhava com instituições financeiras dos EUA; na visão das autoridades americanas, ao fazer isso a empresa fraudou as instituições bancárias do país. Meng Wanzhou era parte do conselho da SkyCom.

Nos últimos tempos, o governo dos EUA tem liderado uma campanha contra a Huawei. No começo de 2018, a empresa foi barrada ao tentar vender seus smartphones por lá. Mais recentemente, os norte-americanos tentaram convencer aliados a não utilizar equipamentos da empresa chinesa.

Os EUA acreditam que a Huawei tem ligações próximas ao governo da China e que pode estar vazando informações sigilosas de outros países para Pequim. O estado chinês nega que esteja espionando o Ocidente através da Huawei, e a empresa nega que esteja vazando informações ao governo da China.