EUA ordenam a revelação de identidade de 14 mil usuários de bitcoins

Renato Santino30/11/2017 16h38, atualizada em 30/11/2017 16h40

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A comunidade de investidores e especuladores em bitcoin ficou surpresa nesta semana com o anúncio de que a Coinbase, uma das maiores casas de corretagem de criptomoedas, recebeu uma intimação do governo dos Estados Unidos para revelar a identidade de todos os usuários que movimentaram mais de US$ 20 mil em suas contas nos anos entre 2013 e 2015.

Como informa o site The Verge, a ordem do IRS (órgão equivalente à Receita Federal nos EUA) solicita a revelação de todas as pessoas que compraram, venderam, enviaram ou receberam quantias iguais ou superiores a US$ 20 mil, o que corresponde a 14.355 usuários, segundo a Coinbase.

A decisão sacode o mercado de bitcoins justamente pela promessa de anonimato, ainda que ela deixe de ser anônima a partir do momento em que você leva a moeda para uma casa de câmbio para trocá-la por dinheiro convencional. Além disso, os maiores entusiastas das criptomoedas veem na tecnologia uma forma justamente de se livrar das amarras de um governo, criando uma moeda descentralizada.

O problema é que muitos não estariam declarando seus ganhos com criptomoedas em suas declarações de imposto de renda. A Coinbase diz ter 6 milhões de usuários, mas apenas 1.000 cidadãos americanos declararam ter posse de moedas como a bitcoin em suas contas, o que é uma grande discrepância. O IRS diz que a medida não é uma ação contra nenhuma pessoa específica.

Na ordem judicial, o órgão governamental solicitou informações como nome, data de nascimento, endereço, número de identificação do contribuinte e um registro de todas as atividades na conta, o que é o suficiente para saber exatamente quem está movimentando quanto dinheiro com bitcoins. Isso dito, a ordem inicial era ainda mais ampla, mirando absolutamente todos os usuários, e não apenas os que movimentaram mais de US$ 20 mil.

A ação é apontada como um dos motivos causadores da queda súbita da bitcoin nas últimas 24 horas. Depois de romper os US$ 11 mil e chegar a uma máxima de US$11,3 mil, a moeda viu uma desvalorização repentina de cerca de 20%, chegando à casa US$ 9.000.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital