EUA considera cortar fluxo de tecnologia para mais empresas chinesas

No coração da campanha de Trump está a suspeita de que as empresas chinesas ajudem Pequim na espionagem global
Redação23/05/2019 15h49, atualizada em 24/05/2019 13h30

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Os Estados Unidos estão decidindo se vão adicionar as empresas chinesas Megvii, Zhejiang Dahua Technology Co., Hangzhou Hikvision Digital Technology e outras duas, a uma lista de companhias que não podem utilizar componentes ou softwares do EUA, disseram fontes ao Bloomberg. A administração de Trump está preocupada com seu papel na repressão aos Uighurs e parece tentar desafiar o tratamento que o país oriental dá a esse grupo.

Na região do extremo oeste de Xinjiang, a China diz que está combatendo o separatismo e o extremismo religioso entre os Uighurs, um grupo étnico muçulmano. Para alguns forasteiros, na verdade, a China está combinando a repressão policial-estatal apoiada por sistemas de reconhecimento facial de alta tecnologia, com campos de concentração antiquados.

O senador Marco Rubio, da Flórida, e outros senadores enviaram uma carta em abril ao secretário de Estado, Michael Pompeo, e ao secretário do Comércio, Wilbur Ross, convidando os mesmos a impor sanções contra autoridades e empresas “cúmplices de graves violações dos direitos humanos” em Xinjiang. Uma avaliação realizada pelas Nações Unidas disse que dezenas de milhares de pessoas, “acima de 1 milhão” de Uigures, foram detidas.

Além disso, existe uma preocupação dos EUA de que as câmeras da Hikvision ou Dahua, que vêm com recursos de reconhecimento facial, possam ser empregadas em espionagem, disseram as pessoas. Uma das fontes disse que as outras duas empresas em consideração são Meiya Pico e Iflytek Co. Ltd.

Na semana passada, a administração Trump começou suas sanções contra a chinesa Huawei, tais medidas contra outras empresas aumentariam ainda mais a tensão entre os países e e ameaça reduzir o crescimento econômico global e interromper o lançamento de redes sem fio críticas de próxima geração.

As ações da Hikvision e da Dahua despencaram após o The New York Times ter noticiado sobre a proibição. Ambas as empresas são acusadas por grupos de direitos humanos de contribuir com a persiguição aos Uighurs. A administração Trump, entretanto, suspendeu a ação por causa de negociações comerciais delicadas com a China, disseram as pessoas.

As fontes ainda afirmaram que mais empresas podem se juntar a essas cinco inicialmente citadas. “Esperamos que a empresa receba um tratamento justo”, disse o secretário do conselho da Hikvision, Huang Fanghong, em um comunicado. Os representantes da Dahua não fizeram comentários imediatos. O SenseTime se recusou a comentar, enquanto a Megvii e a Yitu não responderam aos pedidos de comentários do Bloomberg.

No coração da campanha de Trump está a suspeita de que as empresas chinesas ajudem Pequim na espionagem global, ao mesmo tempo em que têm uma supremacia tecnológica.

O senador republicano Ted Cruz, do Texas, argumentou que exportar tecnologia para as empresas chinesas não apenas “contraria a política externa dos Estados Unidos, mas os valores das empresas americanas” envolvidas ofertas.

“Peço a vocês que conduzam uma revisão abrangente de como as exportações de tecnologia dos EUA estão sendo utilizadas por empresas comerciais chinesas para permitir a vigilância” em Xinjiang, escreveu Cruz.

A mais recente ameaça elevará os temores em Pequim de que o objetivo final do presidente Donald Trump seja conter a China, desencadeando uma guerra fria entre as maiores economias do mundo.


Fonte: Bloomberg

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital