Estudo revela que a mera presença do smartphone deixa pessoas mais burras

Redação27/06/2017 09h18

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Pesquisadores descobriram que a mera presença do smartphone é suficiente para reduzir a capacidade cerebral de seus donos — não importando se o aparelho está ligado ou desligado, e nem mesmo se ele está à vista da pessoa.

As conclusões vêm de experimentos conduzidos pela Escola de Negócios McCombs, da Universidade do Texas em Austin. O professor assistente Adrian Ward, com ajuda de outros pesquisadores, estudou quase 800 usuários de smartphone para descobrir quão bem eles conseguiriam efetuar tarefas quando o aparelho estivesse à disposição.

Em um dos experimentos, os participantes deveriam sentar-se em frente a um computador e realizar uma série de testes que demandariam atenção total. A ideia era medir a disponibilidade de suas capacidades cognitivas, ou seja, a habilidade do cérebro de obter e processar dados a qualquer momento.

Antes, porém, essas pessoas recebiam, aleatoriamente, instruções sobre o que fazer com seus smartphones. Todas deveriam botar o aparelho no silencioso, mas algumas o deixariam sobre a mesa com a tela virada para baixo; outras, no bolso ou na mochila, enquanto parte delas teria de guardar o dispositivo em outra sala.

Como resultado, os pesquisadores descobriram que quem deixara o smartphone em outro ambiente teve desempenho superior aos demais, inclusive àqueles que tinham guardado o aparelho na mochila.

A explicação para isso é que simplesmente saber que o smartphone está ao alcance das mãos já come parte da capacidade cognitiva da pessoa. “Sua mente consciente não está pensando no seu smartphone, mas esse processo — o processo de requerer a si mesmo que não pense sobre algo — usa parte dos seus limitados recursos cognitivos”, explicou, em nota, o professor Ward, que chamou isso de “drenagem cerebral”.

Em outro experimento, eles questionaram as pessoas em relação à sua dependência ao smartphone, na intenção de saber quantas delas (e quão fortemente) acreditam necessitar do dispositivo por perto para passar normalmente por um dia.

Os participantes repetiram a situação dos primeiros, mas alguns tinham que desligar o smartphone. Os resultados mostraram que aqueles que se declararam mais dependentes tiveram performances piores, mas apenas se o telefone estivesse por perto (seja na mesa, no bolso ou na mochila). Ou seja: mesmo quem é viciado no smartphone conseguiria bloquear seus efeitos negativos caso o aparelho estivesse fora do alcance.

Algo interessante descoberto pelos pesquisadores é que não importa se o telefone está ligado ou desligado; estando por perto, o dispositivo vai drenar a capacidade cognitiva do usuário. Isso acontece porque parte do cérebro fica constantemente se esforçando para não pegar o aparelho.

“Não é que os participantes estavam distraídos porque estavam recebendo notificações em seus telefones”, explicou Ward. “A mera presença de seus smartphones foi suficiente para reduzir sua capacidade cognitiva.”

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital