Se você, recentemente, pesquisou preços de um novo smartphone e percebeu que tudo ficou mais caro, saiba que há dados que corroboram essa ‘impressão’. Segundo um levantamento da empresa de pesquisa Counterpoint, o mercado global de celulares sofreu retração devido ao avanço do novo coronavírus, porém os modelos topo de linha acabaram contribuindo para um aumento de 10% ano a ano (YoY) no preço praticado na venda de novos aparelhos no segundo trimestre de 2020.
Imagem: Counterpoint/Reprodução
Segundo o relatório, mercados como América do Norte, Europa, Oriente Médio e Ásia registraram o referido percentual entre os meses de abril e junho. Na América Latina, ainda que menor, houve aumento de 5%. Isso é explicado pelo fato de que, embora o mercado tenha apresentado menos vendas no período se comparado ao segundo trimestre de 2019, o subsetor de aparelhos premium não foi impactado: a queda registrada em novas vendas de aparelhos topo de linha foi de apenas 8%.
Ainda em relação ao estudo, a Apple quem teve resultados positivos neste período, registrando um aumento de 3% ao ano nas encomendas de novos dispositivos (inclua também os tablets) e 2% de receita ao ano somente para os iPhones. Outros números que chamam a atenção se referem ao 5G, cuja adoção ampliada também contribuiu para o aumento do preço geral de novos dispositivos. Novas encomendas de aparelhos que suportam a quinta geração de internet móvel aumentaram em 10%, com aumento de receita em 20%.
Evidentemente no que tange ao 5G, o maior colaborador é o mercado chinês, de onde saíram 72% das novas encomendas – a maior parte deste número sendo smartphones da Huawei. Apesar das sanções impostas pela guerra comercial com os Estados Unidos – que viu, entre outras coisas, o TikTok e o WeChat em uma situação de (quase) banimento do mercado americano -, o setor chinês recuperou-se rapidamente do impacto da Covid-19, permitindo uma retomada mais rápida da economia local.
Imagem: Counterpoint/Olhar Digital
Na outra ponta do espectro, smartphones de entrada e intermediários tiveram desempenho bem abaixo do esperado devido à extensão do isolamento social e práticas de quarentena na maioria dos países, além de incertezas econômicas causadas pelo avanço da Covid-19. Em outras palavras, as classes baixa e média da sociedade passaram a repensar intenções de compra, preferindo poupar para fins preventivos em relação à pandemia.