Estudante brasiliense faz vaquinha online para estudar no MIT

Redação03/12/2018 03h39, atualizada em 03/12/2018 09h00

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No dia 5 de novembro, o estudante, de 20 anos, do departamento de Física da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Ferreira recebeu a notícia de que tinha sido aprovado em um programa especial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos. Era um sonho que se tornava realidade.

Veio, no entanto, junto com a aprovação, a informação de que deveria pagar, para cursar um semestre na instituição, US$ 25.760 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 100 mil. Sem condições de bancar os estudos, Ferreira lançou uma vaquinha online para tentar conseguir os recursos até o dia 27 de dezembro.

“Eu sempre sonhei em fazer física, é o curso dos meus sonhos. Sou uma pessoa curiosa, queria entender o universo e tentar melhorar o mundo por meio da ciência. Só que aqui no Brasil, não existe um investimento tão forte nessa área. Sempre corri atrás e lutei para tentar estudar fora”, diz.

Ferreira é dono de um currículo invejável. Foi bolsista no ensino médio, na escola particular Leonardo da Vinci, em Brasília. Foi aprovado em primeiro lugar em física na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em segundo, no mesmo curso, na Universidade de Brasília, pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS).

O estudante é atualmente voluntário no Amun Kids, que é inspirado no Modelo das Américas das Nações Unidas (Amun), voltado para crianças. “A gente vai em escolas públicas do Distrito Federal para tentar trazer uma mensagem para as crianças de um futuro melhor, de melhores perspectivas de vida. Incentivamos que por meio dos estudos elas busquem a realização dos próprios sonhos”, explica. “Conhecimento é algo que ninguém pode tirar de você, por mais que tente, é seu e você pode usar da melhor maneira possível”.

Ferreira conta que pretende trabalhar com física de partículas. A intenção é, tentar entender o funcionamento do mundo a partir do mais básico. Um exemplo de aplicação o Brasil é o acelerador de partículas Sirius, cuja primeira fase foi recentemente inaugurada. O acelerador é considerado a maior instalação científica do país.

Antes mesmo de ingressar, o estudante diz que já assiste as aulas que são divulgadas online dos professores de física do MIT. ” São praticamente meus professores já, só que eles não me conhecem. Poder ver de perto autores de livro que tenho como referência, tê-los como meus professores, trabalhar com os melhores do mundo, ia ser um sonho realizado”.

Bolsas de estudo
Ferreira diz que não conseguiu nenhuma bolsa de estudos pelo Brasil para cobrir os gastos do curso no exterior. Desde 2011, o país conta com o programa Ciência sem Fronteiras, que tem o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores e incentivar a visita de jovens pesquisadores altamente qualificados e professores seniores ao Brasil. No entanto, desde 2016 o número de bolsas ofertadas vem sendo reduzido.

Procurado, o MIT diz em nota que não considera as condições financeiras como requisito para a aprovação dos estudantes. “Nós consideramos cada aplicação sem nos basear em critérios financeiros ou condições dos estudantes pagarem a taxa. Apenas selecionamos os estudantes que acreditamos ser melhores para o MIT”.

A instituição possui programas de bolsas de estudo, mas no caso de Ferreira, como se trata de um intercâmbio, ele diz que não se enquadra em nenhum das possibilidades de financiamento por parte do MIT.

Fonte: Agência Brasil

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital