LAS VEGAS* – Jogar no PC para mim sempre foi uma ideia problemática. Como jornalista, eu preciso ter um laptop, e, quanto mais portátil, melhor. Leveza e espessura são fatores importantes na hora de escolher um notebook. Só que isso vem a um custo: esses aspectos geralmente vêm ao custo de poder gráfico e de processamento, o que dificulta a execução de jogos. 

A solução seria ter um laptop e um desktop para suprir as duas necessidades, o que está longe de ser o ideal. Foi por isso que o novo ultrabook Razer Blade Stealth apresentado pela Razer na CES 2016 chamou a minha atenção. Ele não quer ser só um laptop, com a perda de desempenho que este formato geralmente acarreta, nem um desktop, com a perda da mobilidade. Ele quer ser os dois. 

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Como ele faz isso? Boa parte disso se deve à nova porta USB 3.1 tipo C, que permite algo bastante incomum no universo dos laptops: a integração com uma GPU externa, possibilitando alto desempenho gráfico sem perder portabilidade. Quer jogar? Basta plugar o case para a placa de vídeo. Precisa levar o laptop para o trabalho? É só desconectá-lo e colocar na mochila. 

O ultrabook é feito para ser leve e portátil, pesando 1,25 kg e com uma espessura de 1,3 centímetro. Nesse quesito, há outros produtos que conseguem ser menos pesados e que ocupam menos espaço, mas ainda assim é algo que ainda está na faixa de laptops ultraportáteis. 

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O laptop em si, independentemente de qualquer apêndice, é poderoso o bastante para tarefas comuns, embora não tenha o nível de um PC voltado para jogos. A sua versão mais básica vem com uma tela de 12,5 polegadas com resolução 2K (2560×1440), um processador Intel Core i7 de 6ª geração e uma placa gráfica Intel HD Graphics 520 e 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento em SSD. Para ser adequado a jogos, falta só a placa de vídeo dedicada. 

É aí que entra o acessório Razer Core. Com a entrada USB tipo C Thunderbolt 3, o aparelho se conecta ao laptop. O dispositivo permite que você instale praticamente qualquer GPU que você preferir, seja ela Nvidia, seja AMD, e a faça funcionar com o game que você quer jogar no notebook, dando aquela impulsionada na taxa de quadros, na definição da imagem e na qualidade dos efeitos visuais que tanto agradam o público PC gamer. A caixa também adiciona portas USB, uma porta Ethernet e permite a transmissão da imagem da tela do laptop para outro monitor. 

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O Core possui uma “gaveta” que permite que o usuário troque sua placa de vídeo quando e como preferir. A proposta soluciona um problema dos notebooks voltados para jogos que normalmente acabam envelhecendo muito rapidamente. A GPU vai acumulando uso e os games começam a ficar mais exigentes, o que força o usuário a trocar todo o laptop de uma vez, quando apenas a troca da placa gráfica poderia dar conta do recado. Além disso, o Razer Core também simplifica bastante o processo de troca de placas para os leigos: basta dar uma rosqueada, conectar dois cabos, encaixar a placa no lugar certo e pronto. 

O laptop em si não é muito caro para o padrão dos Estados Unidos. A versão mais simples sai por US$ 1 mil, valor similar a produtos da mesma categoria, mas é possível adquiri-lo por até US$ 1,6 mil, se o usuário quiser uma tela 4K e armazenamento de 512 GB em SSD. 

O problema é que o preço não inclui o Razer Core, e a empresa ainda não dá uma estimativa do preço. Então, se o conjunto da obra será capaz de tornar o produto atraente em relação a custo-benefício ainda é um mistério. E é claro, a ideia não deve agradar a todos, mas ela certamente atende pelo menos ao público específico que precisa ter um laptop leve e portátil no cotidiano mas não abre mão de jogar no PC.

*O jornalista viajou a convite da Qualcomm