Equador quer Julian Assange fora de sua embaixada

Redação10/02/2017 13h33, atualizada em 10/02/2017 13h40

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, terá um mês para deixar a embaixada do Equador em Londres, caso o principal candidato da oposição do país vença a presidência nas eleições que acontecem na próxima semana.

O candidato Guillermo Lasso, da aliança de direita Creo-Suma, afirma que já está na hora de Assange ir para outro lugar, pois o seu asilo político é caro e não se justifica. “O povo equatoriano está pagando um custo que não deveríamos suportar (…). Pediremos cordialmente ao senhor Assange que saia dentro de 30 dias, se eu assumir o mandato.”

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Guillaume Long, já pediu para que a Suécia acelere a investigação de acusações de estupro contra Assange. “Esperamos que eles sejam tão rápidos quanto possível, porque a situação está se mantendo por muito tempo.”

O ciberativista está asilado na embaixada equatoriana desde 2012 e de tempos em tempos divulga informações de espionagem, incluindo o ataque hacker aos e-mails do partido Democrata norte-americano em 2016. Por conta disso, ele teve o acesso à internet bloqueado temporariamente, além de já ter recebido diversas advertências sobre seu mal comportamento.

“Queríamos deixar claro que nosso espaço soberano não estava sendo usado para interferência na eleição de outro país”, se defendeu Long sobre o caso de espionagem nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Long ainda afirma que o Equador está em “uma posição muito precária” quando se trata de Assange. “Em termos de seu conforto físico, nós fizemos tudo o que pudemos, mas não há nenhum acesso a um espaço exterior. Não há pátio ou jardim, então ele passou principalmente quatro anos e meio no primeiro andar de um prédio em Londres, onde não há muita luz, especialmente no inverno.”

Além disso, a embaixada está sendo vigiada de perto pela polícia e agências de inteligência britânicas – os laços entre Equador e Reino Unido também não estão bem, sendo que já foram quebrados diversos acordos bilaterais.

No entanto, Assange deve continuar protegido por bem mais do que um mês. Nas pesquisas mais recentes, Lasso está sete pontos atrás do candidato Lenín Moreno, o que mostra que ele talvez não consiga cumprir sua promessa. Sem falar que as negociações com a Justiça sueca andam devagar.

Via The Guardian

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital