O CEO da ProtonVPN, um dos grande nomes do segmento de VPNs, fez críticas com a possível entrada do Google no setor. Segundo Andy Yen, a decisão da gigante de buscas deve ser monitorada pelas autoridades, além de se tratar de uma péssima ideia do ponto de vista de quem se preocupa com a privacidade na web.
Para tentar mitigar a questão, o Google teria decidido trabalhar somente com softwares de código aberto em sua VPN proprietária, ou seja, todo o código utilizado no desenvolvimento do serviço ficaria disponível publicamente.
Ainda assim, segundo a ProtonVPN, seria necessário manter uma rotina constante de audições para ter certeza que tudo está de acordo. Essa prática, inclusive, é bastante comum neste tipo de serviço, e garante que a privacidade dos usuários esteja sempre preservada.
Privacidade em primeiro lugar
Diferentemente de pequenas empresas que ofertam redes virtuais na web, o Google é uma verdadeira gigante no mercado, além de estar presente em diversos outros serviços digitais. Isso sem levar em conta que a companhia se tornou poderosa graças à coleta de dados dos usuários em serviços providos pela empresa, o que por si só, já é um ataque ao princípio das VPNs.
Pesquisa do Google revelou que 25% dos internautas já utilizam algum tipo de VPN em seus dispositivos. Imagem: PixieMe/Shutterstock
É importante ressaltar que esse tipo de serviço visa preservar ao máximo os dados que trafegam na internet. Se trata de uma “camada extra” de segurança que impede que outras empresas como o próprio Google tenham acesso às informações de tráfego de usuários para outros fins.
Ameaça aos concorrentes
O modelo de negócio praticado pelo Google, como mencionado anteriormente, é baseado justamente no monitoramento constante. Sendo assim, mesmo que apresente uma solução viável, pode ser que a oferta da gigante de buscas acabe se tornando desleal, pelo menos do ponto de vista econômico, se comparada aos planos vendidos por outras empresas.
Ameaça aos concorrentes pode se tornar um obstáculo importante para a oferta de redes virtuais do Google. Imagem: Aldeca Productions/Shutterstock
Tal fato, inclusive, já está sob investigação tanto nos EUA como nos tribunais da Europa. O objetivo é mensurar se a entrada do Google nesse nicho pode ser associada ou não a alguma prática de comportamento anticompetitivo, já que, na prática, seria muito difícil concorrer com uma companhia desse porte.
Outras gigantes também estão de olho
Segundo o executivo da ProtonVPN, outras gigantes da tecnologia podem estar seguindo, muito em breve, os mesmos passos do Google. Nomes como Apple e Amazon, por exemplo, também estariam preparando seus próprios serviços de VPN. Yen conclui que cabe ao governo dos EUA decidir se existe ou não alguma violação nas práticas anticompetitivas de mercado.
O vice presidente da ExpressVPN, Harold Li, outro nome de destaque do nicho, declarou que os consumidores estão mais preocupados com sua privacidade na web. Li destaca que esse fator parece ter despertado o interesse de outras companhias em mostrar que também conseguem oferecer soluções para esse tipo de problema.
“É ótimo que as VPNs tenham se tornado referência como ferramenta de segurança e privacidade”, disse. O executivo finaliza ressaltando que o Google, assim como outras rivais, devem procurar ser transparentes sobre como pretendem operar neste mercado.