Entenda o que é a UWB e como ela pode mudar as capacidades do seu celular

Tecnologia começou a ser abraçada por Apple e Samsung e pode começar a se difundir dentro de pouco tempo
Renato Santino12/10/2020 22h08, atualizada em 12/10/2020 22h20

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Ondas de rádio já são parte do cotidiano de qualquer usuário de smartphone. Bluetooth, Wi-Fi, 4G, GPS… no entanto, a indústria de tecnologia está caminhando para mais um sinal, que será conhecido pela sigla UWB, que significa “banda ultralarga”, que traz uma série de novas possibilidades para os celulares.

A Apple já havia implementado essa tecnologia no iPhone 11, e com o Galaxy Note 20 Ultra, a Samsung decidiu seguir pelo mesmo caminho. Mas para que serve a UWB, afinal de contas, e por que essas empresas começaram a apostar neste novo sistema de comunicação sem fio?

A primeira resposta mais óbvia é permitir a transferência de dados entre dois dispositivos próximos, de uma maneira análoga ao Bluetooth. Não à toa, a tecnologia foi implementada como uma forma de melhorar o AirDrop, nos dispositivos da Apple, e o Nearby Share, que substituiu o Android Beam no ecossistema do Google.

No entanto, a UWB é mais versátil do que isso. As ondas de baixo alcance são ideais para o próximo passo da tecnologia pessoal: a casa conectada. A Samsung descreve algumas funcionalidades que já são habilitadas pelo sistema e outras que estão a caminho e fazem uso da plataforma. Com ela, a empresa cita a capacidade de transferência de arquivos de alta velocidade, mas destaca a capacidade de gerar uma experiência de realidade aumentada que mostra a direção, distância e localização de outros dispositivos Galaxy que o usuário tenha.

Pelo fato de a UWB ser uma ferramenta boa para localização de objetos próximos, a Samsung descreve uma nova solução chamada Chave Digital, que permite que o celular destranque portas conforme você se aproxima delas, e isso pode incluir uma fechadura inteligente na sua casa, ou no seu carro.

A UWB no iPhone, por enquanto, parece ser limitado ao AirDrop, mas a empresa também deve ir bem além. Como cita o site Gizmodo, há muito tempo se espera que a companhia lance as AirTags, que são etiquetas eletrônicas que podem ser acopladas a objetos para que eles sejam localizados mais facilmente quando forem perdidos. Um outro rumor indica que a empresa pode incluir o chip U1, aplicado no iPhone 11, em suas caixas de som conectadas, como o especulado HomePod Mini, que permitiria que os dispositivos reconheçam o movimento do usuário pela casa, permitindo ajustar o som de forma automática dependendo da posição. Como a Samsung, a Apple também deve usar a UWB como parte de sua estratégia de casa conectada, permitindo que dispositivos conversem melhor entre si.

Uma implementação que também deve dar as caras relacionada à UWB é o fornecimento de direções para navegar dentro de lugares como lojas, utilizando o chip do celular para geolocalizar o usuário e dar as orientações mais precisas. No entanto, isso provavelmente também significará que o sistema poderá ser usado para monitorar a localização dessa pessoa e oferecer publicidade direcionada, o que pode ser preocupante para quem se importa com questões de privacidade.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital