Empresas de tecnologia exploram crianças sem pais perceberem

Público infantil corresponde a 1/3 dos usuários da internet
Redação20/07/2020 15h45, atualizada em 26/07/2020 20h00

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Conhecida como um território de muitas oportunidades, criatividade, socialização, aprendizado, interatividade, brincadeiras e novas descobertas, a internet é um dos sistemas mais presentes em nosso dia a dia, seja no trabalho, lazer ou estudos. Entretanto, a exposição excessiva e sem cuidados pode representar um perigo aos usuários, principalmente às crianças e adolescentes.

Para a geração alpha, como é conhecida crianças e adolescentes que já nasceram 100% digitais, a hiperconectividade é parte comum do cotidiano. Entretanto, com um cenário de pandemia, a exposição à internet tem se intensificado ainda mais. Horas e mais horas nas redes sociais, mais tempo assistindo vídeos no YouTube e mais tempo de comunicação via aplicativos de videoconferência, consequentemente, maior produção de dados pessoais.

O público infantil, por exemplo, representa 1/3 dos usuários presentes na internet, um número expressivo que atrai a atenção das empresas de tecnologia. No ambiente digital, apesar de muitos negligenciarem os cuidados que esse público exige, o acompanhamento de perto dos pais é essencial para que crianças e adolescentes não sejam presas fáceis da influência, do compartilhamento indevido de dados, ou de qualquer prática comercial possível dentro da rede.

Economia de Dados

No contexto de big data, com números computacionais que prevêm o comportamento das pessoas tem cada vez mais privilegiado grupos determinados, o que prejudica fortemente as liberdades individuais. No caso das crianças e adolescentes, esses mesmos bancos de dados possibilitam a mineração de dados para uma empresa, por exemplo, considerar tomadas de decisões que podem ir desde a concepção de um jogo eletrônico à estratégia de divulgação e comercialização de pontos de venda físico ou virtual.

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No Brasil, 89% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos são usuários da rede. Foto: Reprodução

Nesse meio, os corretores de dados têm sido responsáveis por coletar informações de diversas fontes e bancos de dados, privados e públicos, para intermináveis perfis de mercado, suas preferências, desejos e possibilidades de influência. Por conta disso, muito se fala sobre a economia de dados e quão valiosas são essas informações para práticas comerciais variadas.

As práticas de exploração comercial para crianças e adolescentes são baseadas em modelos de negócios que não consideram seu melhor interesse e a prioridade de seus direitos. Como pessoas em treinamento que experimentam um estágio peculiar de desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial, os pequenos precisam de apoio para desenvolver saúde e segurança contra todas as categorias de violência.

Para os agentes ou empresas de tecnologia, é preciso ter mais transparência nos procedimentos de coleta e processamento de dados , é essencial também que aqueles que detêm o poder tenham maior compromisso em garantir os direitos da criança e do adolescente, nos termos do artigo 227 da Constituição Federal, com prioridade absoluta, desde o design de plataformas, serviços e produtos, até sua colocação no mercado consumidor.

Via: UOL

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital