Empresas chinesas são acusadas de fraudar testes de potência de seus celulares

Redação01/02/2017 20h21

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Fortes no mercado chinês, as empresas Meizu e OnePlus geralmente são citadas quando lançam algum smartphone com configurações parrudas e preços baixos. Dessa vez, no entanto, não foi bem isso que aconteceu. Ambas estão sendo acusadas de fraudar testes que revelam a potência de seus aparelhos.

Essa séria acusação tem relação com os resultados de testes de benchmark, a principal forma de comparar a força dos componentes internos de um aparelho com outro. De acordo com o XDA-Developers, os telefones mais vendidos pelas duas empresas, o One Plus 3 e One Plus 3T e o Meizu Pro 6, receberam um “empurrãozinho” para irem bem nas avaliações.

Essa ajuda é descrita como uma modificação realizada nos processadores dos aparelhos para que eles se empenhem além do que podem sempre que testes de benchmark estiverem sendo feitos com o telefone. Em outras palavras, é como se o telefone fosse um atleta que usasse substâncias proibidas antes de uma prova oficial. O problema é que os smartphones foram pegos no “antidoping”.

Reprodução

Nos aparelhos da OnePlus, os processadores executam as tarefas utilizando ambos os núcleos de processamento, que trabalham a 0,31 GHz. Nos testes de benchmark, por sua vez, o celular percebe a necessidade de desempenhar um bom resultado e por isso injeta mais potência automaticamente. Dessa forma, o pequeno núcleo trabalha com 0,98 GHz, enquanto o grande atinge 1,29 GHz.

Para que não fosse pego no flagra, havia a indicação de que se aplicativos de benchmark famosos como o Geekbench, AnTuTu, Quadrant, Androbench e outros fossem executados, o telefone responderia de forma adequada. O problema é que uma versão “disfarçada” do Geekbench foi utilizada pelo XDA-Developers no OnePlus 3T e acabou revelando a real potência do aparelho.

Já no caso do Meizu Pro 6, a artimanha funcionava de outra forma. O telefone reservava o uso de seus núcleos de processamento maiores somente para caso algum software de benchmark fosse aberto. Isso não deveria acontecer, já que se espera que o telefone use toda a potência disponível para abrir qualquer aplicativo de forma perfeita.

OnePlus confirma

Ao XDA-Developers, a OnePlus confirmou o uso de mecanismos para limitar o boost do processador apenas para games (que são usados para as avaliações) e prometeu acabar com isso.

“Para dar aos nossos usuários maior força, especialmente em jogos, nós implementamos certos mecanismos que ajudam o processador a trabalhar de forma mais agressiva nesses apps. Esse tipo de recurso não estará presente nas próximas atualizações do OxygenOS (sistema operacional) do One Plus 3 e OnePlus 3T”, disse em nota.

Prática comum

A prática de fraudar testes de benchmark é até comum entre as fabricantes. Na lista das maiores empresas que já usaram de métodos para tentar passar a impressão de que seus telefones são mais potentes do que aparentam estão: Samsung, LG, ASUS e HTC.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital