A edição de genes é um dos maiores avanços tecnológicos da engenharia genética nos últimos tempos. A CRISPR, ferramenta de edição de genoma que se tornou popular nos últimos anos, tem se mostrado uma grande esperança para os cientistas. Ela permite a modificação com precisão, eficiência e flexibilidade altas, algo que não era possível antigamente. E, de acordo com especialistas, o método será capaz de curar doenças poderosas com uma simplicidade tão grande que qualquer um pode realizá-lo. Até você.
O que é?
A CRISPR, na verdade, não foi criada pelos pesquisadores. Ela é um mecanismo de defesa encontrado em uma série de bactérias. Nos anos 80, estudos mostraram que havia um padrão diferente em genomas bacterianos. Determinada sequência de DNA se repetia muitas vezes, com sequências únicas entre as repetições. Esse padrão foi chamado de “agrupados de curtas repetições palindrômicas regularmente interespaçadas” – CRISPR, em inglês. Essa sequência faz parte do sistema imunológico das bactérias, que mantém partes de vírus perigosos ao seu redor, para reconhecer e se defender de ameaças semelhantes em ataques futuros.
O sistema de defesa também conta com enzimas chamadas Cas que guiam o CRISPR até o problema e “cortam” o DNA, eliminando vírus e invasores.
Mais perto
É assim que a CRISPR pode ajudar a humanidade. Se uma doença é causada por um problema genético – seja ele um gene mal formado ou resultado de mutações, como o Alzheimer e a diabetes – é possível, pelo menos teoricamente, eliminá-la. A técnica pode beneficiar até doenças mais complicadas, como o câncer e o autismo, sobre as quais os cientistas ainda sabem pouco.
Qualquer um
Josiah Zayner quer transformar pessoas comuns em cientistas. Ele criou a Odin, uma empresa de ciências que desenvolveu kits de edição genética para pessoas comuns. “Quis criar algo que o público fosse capaz de compreender e usar. Estou mostrando a essas pessoas como a ciência pode ser legal. As pessoas aprendem a fazer ciência, o que eu acho que fortalece o mundo”, explica. Segundo ele, pessoas que não tem nenhuma experiência podem aprender.
Para isso, Zayner pretende usar bactérias inofensivas e leveduras para ensinar os conceitos básicos de engenharia genética. “Você começa a alterar o genoma de um organismo e percebe os resultados visualmente”, explica. Isso pode acontecer com alterações na cor do organismo ou em sua resposta à luz.
No futuro, ele conta, cada um poderá, por exemplo, produzir sua própria cerveja ou iogurte. “Estamos tentando tirar a engenharia genética do papel, algo que as pessoas só conhecem de maneira abstrata”.
Via Engadget