Empresa ligada ao Google exigiu mais de R$ 3,17 bilhões da Uber em processo

Redação12/10/2017 12h35, atualizada em 12/10/2017 12h56

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A Waymo, uma empresa ligada ao Google que desenvolve tecnologia para carros autônomos, exigiu da Uber um valor superior a US$ 1 bilhão (R$ 3,17 bilhões) para chegar a um acordo quanto ao processo. A informação é da Reuters, que teve acesso a fontes que não estavam autorizadas a discutir o assunto publicamente.

Tanto a Waymo quanto o Google são controladas por uma empresa chamada Alphabet, cujo CEO é o fundador do Google, Larry Page. Além do valor, a Waymo também exigiu que a Uber emitisse um pedido público de desculpas por ter, supostamente, roubado seus segredos de tecnologia.

Fora isso, a empresa ligada ao Google também pediu que um agente independente fosse empregado para garantir que a Uber não usaria a tecnologia da Waymo no futuro. A Uber, no entanto, rejeitou os termos do acordo e preferiu manter o andamento do processo.

Controlando o caminho dos carros autônomos

O processo gira em torno do engenheiro Anthony Levandowski, que saiu da Waymo para abrir uma empresa de caminhões autônomos chamada Otto. Pouco depois, a Uber comprou a Otto, trazendo a tecnologia usada nos caminhões da empresa para si. Mas a Waymo diz que Levandowski roubou essa tecnologia de seus servidores antes de sair, e por isso processou a Uber.

Esse caso vem sendo debatido pela justiça estadunidense desde fevereiro, e já teve vários desdobramentos. Levandowski, por exemplo, já foi até mesmo demitido da Uber por conta de seu envolvimento no caso. Isso porque surgiram provas de que a empresa sabia que Levandowski tinha informações secretas da Waymo quando decidiu contratá-lo.

Levandowski, por sua vez, negou-se a prestar depoimento no caso, alegando seu direito de não produzir provas contra si mesmo. Supõe-se, daí, que ele tinha consciência de que seu depoimento poderia colocá-lo (junto com a Uber) em maus lençóis.

Destino incerto

De acordo com a Reuters, a exigência bilionária da Waymo diz duas coisas sobre a empresa-irmã do Google nesse caso. Primeiro, que ela tem bastante confiança de que vai vencer o litígio. Segundo que ela não tem pressa para chegar a essa conclusão, já que poderia ter feito um acordo por menos se quisesse resolver o assunto rapidamente.

O site ouviu também a advogada da Waymo no caso, Amy Candido, que disse que o dinheiro não é o principal interesse da empresa. “A Waymo tem um objetivo [nessa disputa]: impedir que a Uber use seus segredos industriais. E esse continua a ser seu objetivo”, disse a advogada.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital