Empresa fundada por Mark Zuckerberg e sua esposa é acusada de racismo

Ex-funcionário da Chan Zuckerberg Initiative afirma que trabalhadores negros da companhia são 'mal pagos e marginalizados'
Da Redação17/11/2020 23h58, atualizada em 18/11/2020 13h54

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Um ex-funcionário da Chan Zuckerberg Initiative (CZI), empresa fundada pelo CEO do Facebook, Mark Zuckerberg e sua esposa, Priscilla Chan, entrou com uma ação acusando a companhia de racismo. Raymond Holgado, que trabalhou para a CZI entre 2018 e 2020, afirma que, durante seu tempo de serviço, recebeu um salário menor do que seus colegas brancos com experiências semelhantes, além de ter tido promoções de cargo negadas por gestores.

Holgado protocolou a queixa no dia 9 de novembro, no Departamento de Trabalho Justo e Moradia da Califórnia e escreveu, em uma postagem no Medium, os motivos de sua acusação. “Apesar de sua retórica de justiça social, o CZI não é um ambiente acolhedor para funcionários negros. Os funcionários negros são mal pagos, desvalorizados, têm oportunidades de crescimento negadas e são marginalizados. Funcionários negros que desejam progredir dentro da organização são desligados e rotulados como muito assertivos ou agressivos, enquanto funcionários não negros são favorecidos e encorajados”, disse.

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Em junho, 74 funcionários da CZI enviaram uma carta para Priscilla Chan pedindo mudanças. Imagem: Chan Zuckerberg Initiative

Oportunidades controversas

De acordo com texto publicado por Holgado os problemas começaram logo no início de sua contratação. Ao ser chamado para a empresa, o recrutador afirmou que ele não poderia negociar seu salário inicial porque um sistema de nivelamento estava em vigor para garantir igualdade de remuneração em toda a organização e em funções comparáveis. Porém, após ingressar na CZI, ele teria descoberto que funcionários não negros haviam negociado com sucesso um salário e nível inicial mais altos que os seus.

Entre as outras queixas, usadas como provas pelo ex-funcionário, estão a dificuldade em ser promovido, encontrada ao se candidatar para um cargo de liderança; acúmulo de função sem a remuneração adequada e uma oferta de aumento de salário e nível que foi oferecida e depois retirada sem justificativa concreta. Além disso, o processo acusa uma das líderes de equipe, Meagan Gardner de “extrair ideias e soluções de Holgado e apresentá-las como suas”.

Em junho deste ano, um grupo de 74 funcionários da CZI enviou uma carta para Priscilla Chan pedindo mudanças nas operações da empresa e um maior compromisso com a diversidade racial. O próprio Holgado afirmou, em sua publicação, ter se reunido com Chan em nome de funcionários negros que relataram discriminação dentro da empresa.

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Porta-voz afirmou que empresa estaria comprometida com o tratamento justo de seus funcionários e que não tolera discriminação de qualquer tipo. Imagem: Facebook/Reprodução

Porém, ao pedir uma ação concreta, como a contratação de um especialista em diversidade, equidade e inclusão, ele afirmou que o pedido foi rejeitado pois era preferível pela empresa que a contratação fosse de um funcionário em um nível inicial de carreira.

Ainda de acordo com o texto do ex-funcionário, a companhia também teria evitado convidar especialistas que iriam “atiçar as chamas” de descontentamento contra o racismo.

Resposta da empresa

Em uma declaração dada ao site The Verge a companhia contestou as acusações do ex-funcionário. Um porta-voz da empresa garantiu que, na época, uma investigação interna foi realizada e nenhuma das alegações feitas por Holgado teria sido comprovada. Ele reiterou que a Chan Zuckerberg Initiative estaria comprometida com o tratamento justo de seus funcionários, acesso e promoção e que a empresa não tolera discriminação de qualquer tipo.

A empresa foi fundada em 2015 e desde então financia uma variedade de causas, incluindo programas de educação e pesquisa de doenças.

Fonte: The Verge

Colaboração para o Olhar Digital

Da Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital