É oficial: a BitTorrent, empresa que desenvolveu e até hoje é responsável pelo protocolo de mesmo nome, agora faz parte de uma startup de blockchain, a Tron. Rumores sobre a aquisição começaram no final de maio, com uma reportagem do TorrentFreak. A compra, no entanto, foi oficializada apenas nesta semana por ambos os lados, tanto no blog oficial da BitTorrent quanto no Twitter da Tron.

Os valores não foram mencionados, mas o TechCrunch estima que a startup desembolsou ao menos 126 milhões de dólares em dinheiro. Com a aquisição, a empresa recém-adquirida segue operando em São Francisco, mas agora no escritório de sua nova marca-mãe. Todos os funcionários passarão a fazer parte da Tron.

O protocolo aberto BitTorrent foi criado em 2001 por Bram Cohen, que fundou, junto com Ashwin Navin, uma empresa com o mesmo nome três anos depois. A companhia se tornou a precursora da onda de compartilhamento de arquivos P2P pós-Napster, Kazaa e similares.

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As aplicações desenvolvidas pela empresa, como os clients de torrent e a plataforma de streaming BitTorrent Now, são hoje usadas por 100 milhões de pessoas ao redor do mundo. Seu protocolo, no entanto, tem um pouco mais de peso, e já chegou a ser responsável por mais de 30% do tráfego online.

Tanto a empresa quando a startup de blockchain disseram que nada muda nas operações da primeira. A ideia da aquisição era unir duas marcas que focam na descentralização da web. No blog da Tron, o CEO Justin Sun escreveu que ambas “compartilham uma mesma visão” e que acredita que “a BitTorrent vai ganhar uma nova vida ao ser integrada ao ecossistema Tron”. O executivo também garantiu que sua companhia vai continuar desenvolvendo o protocolo.

Afinal, o que é a Tron?

A Tron foi fundada em 2017 por Sun e é hoje responsável por uma das principais criptomoedas no emrcado, a TRON (TRX). A mainnet de sua rede blockchain foi inagurada em junho deste ano e, de acordo com a empresa, é capaz de processar até 2.000 transações por segundo, contra menos de 10 do Bitcoin e cerca de 25 da Ethereum.

A empresa tem a intenção de “descentralizar a web”, com o BitTorrent servindo como um dos pilares para o processo. O plano ambicioso, no entanto, ainda está nos estágios iniciais, mas é possível que logo vejamos o protocolo rodando em um blockchain.