Comparecer ao banco para pagar uma conta já é, praticamente, uma cena do passado. Hoje, esse serviço está ao alcance de poucos toques no seu smartphone graças aos aplicativos bancários, que conquistam os clientes pela praticidade e suas múltiplas funcionalidades. No entanto, junto às inovações, vêm também os cibercriminosos, que aproveitam o cenário para aplicar fraudes e enganar os consumidores. O golpe da vez, por exemplo, envia boletos falsos às suas vítimas via SMS – e pode parecer bem real à primeira vista.

Centenas de vítimas relataram o recebimento destes boletos enganosos em um site de reclamações. Foi o que aconteceu com o estudante Renato Torres, que viu uma cobrança exorbitante com um código de barras digitado em sua caixa de mensagens. “Chamou a atenção o valor elevado. Eu já fui cliente NET e teria que ter aos menos uns 7 contratos para pagar tanto assim em uma mensalidade. Sem contar que a mensagem está muito mal escrita”, conta à OneVox Press.

Os títulos de pagamento costumam vir em nome de empresas prestadoras de serviço, principalmente do segmento de telefonia e televisão por assinatura. No caso da jornalista Mariana Xavier, a fatura falsa recebida tinha valor idêntico à “verdadeira” que ela precisava pagar, e ela só não caiu no golpe porque reconheceu que o canal oficial de comunicação da empresa não era o SMS. Ela conta ainda que, em outro episódio, o que entregou a fraude na mensagem falsa foi o link para acesso ao boleto.

Como se proteger?

Para Bruno Ducatti, especialista em tecnologia e segurança mobile, as potenciais vítimas devem se ater aos detalhes para não cair em golpes. “Muitas vezes a pessoa que recebe esta cobrança nem chega a ter vínculo contratual com a falsa fonte cobradora. Mas, se tiver, ela pode observar outros pontos, como: a grafia da mensagem, o número de origem e suspeitar de URLs encurtadas, pois elas são um forte indício de golpe”, alerta.

O especialista aponta que os golpes podem ser mais sérios do que parecem e deixar um prejuízo ainda maior. “Algumas destas mensagens vêm com links para que a vítima acesse e consiga visualizar o boleto. Neste momento é aberta uma nova janela, onde o criminoso instala um vírus, capaz de roubar senhas bancárias e de serviços online. A partir de então, eles podem clonar os cartões e fazer compras pela internet. Por isso nunca abra links não confiáveis”, orienta Ducatti.